terça-feira, 30 de novembro de 2010

Conselho Estadual confirma que Puccinelli descumpre Constituição e tira verba da saúde

Hélder Rafael

O governo do Estado sofreu uma derrota ao tentar explicar por que descumpre a Constituição Federal sobre os investimentos na área de saúde. Durante reunião do pleno do Conselho Estadual de Saúde (CES/MS), nesta sexta-feira (26), a secretária estadual de saúde Beatriz Dobashi não conseguiu convencer os membros sobre os números apresentados no relatório de gestão 2009.

Como resultado, os conselheiros aprovaram sete deliberações ao governo, que terá 30 dias a partir da publicação em Diário Oficial para responder aos questionamentos.

A reunião plenária realizada na Escola de Saúde Pública, em Campo Grande, contou com a presença de conselheiros de várias cidades do interior, representantes do Ministério Público Federal, Tribunal de Contas da União e auditoria do SUS (Denasus). O Conselho colocou em dúvida a aplicação de R$ 618 milhões em saúde no ano passado - dados apresentados pelo governo. O índice (15% sobre a receita líquida) estaria de acordo com a Emenda Constitucional nº 29 - que manda os estados aplicarem 12% da arrecadação de impostos no setor.

O problema levantado pelos conselheiros em maio deste ano está na inclusão de recursos indiretamente destinados à saúde, e que "incharam" as contas para atender a meta imposta pela Constituição. Os membros apontaram que R$ 186 milhões correspondiam à amortização de dívidas, e outros R$ 80 milhões viriam da Lei estadual do Rateio - em resumo, dinheiro que não é destinado a hospitais, postos de saúde, insumos e profissionais.

Pela análise do Conselho, apenas R$ 351 milhões foram efetivamente aplicados na saúde. Isso constitui um índice (8,56%) abaixo do que reza a Constituição. Evidenciada a diferença entre o alegado e o aplicado de fato, o CES/MS exige do governo a restituição de R$ 140 milhões ao Fundo Estadual de Saúde.

As divergências contábeis levaram o Denasus a promover uma auditoria nas contas do governo em anos anteriores, e foi constatada a "injeção" de dinheiro de outras pastas no orçamento da saúde. Só que o órgão não foi capaz de produzir um relatório consolidado para apontar a comprovação de origem desse dinheiro que não está no Fundo Estadual.

Dobashi admite: "governo não consegue cumprir meta"

Beatriz Dobashi admitiu que o governo do Estado não consegue cumprir a determinação constitucional de investir 12% da arrecadação de impostos em saúde. Mas assegura que não houve "mentira" nos números apresentados no relatório de gestão 2009. "A gente nunca camuflou dado nenhum", disse aos conselheiros durante a reunião.

A secretária afirmou que a atual gestão assumiu em 2007 com o compromisso de cumprir a lei ao fim de quatro anos. Descontando-se os artifícios fiscais, o governo Puccinelli elevou os repasses nominais na saúde, passando de R$ 197 milhões em 2006 para R$ 337 milhões em 2009 - mas os índices sempre ficaram aquém do esperado. "Não existem recursos para passar de 5% para 12% (os repasses à saúde) de uma hora para outra", argumentou.

O governo chegou a ser questionado pelo Datasus e até elaborou um relatório de justificativas referentes ao exercício de 2007, mas Dobashi afirmou que os auditores jamais responderam aos encaminhamentos.

Dinheiro fora do fundo

Apesar de a secretária Dobashi ter garantido que o governo não mantém "nenhum tostão" da saúde fora do Fundo Estadual, o procurador Felipe Fritz Braga alertou aos conselheiros para a existência de dinheiro em outras áreas. Por meio de slides, ele explicou como funciona a complexa Lei do Rateio (nº 2261/2001), que permite "malabarismos" fiscais para emprestar recursos de outras secretarias, órgãos e autarquias e injetar no orçamento da saúde estadual.

Para Fritz Braga, não são válidas as afirmações de que a Emenda 29 não estaria regulamentada, e que isso permitiria aos governos descumpri-la. Ele explicou que o parágrafo 3º do artigo 77 dos atos transitórios da Carta Magna determina que todo o investimento em saúde seja feito por meio de um Fundo Estadual. O dispositivo serve exatamente para suprir a lacuna deixada pela falta de regulamentação. "Não tem por que esperar", disse.

O procurador afirmou ainda que a Lei do Rateio é inconstitucional e está sendo questionada há mais de cinco anos no Supremo Tribunal Federal, por meio de Ação Direta de Inconstitucionalidade (Adin).

MPE e Assembleia inertes

Os deputados estaduais foram convidados a participar da plenária desta sexta-feira (26), mas nenhum deles compareceu. Mas o que chamou a atenção dos conselheiros foi a ausência dos membros da Comissão Permanente de Saúde e Seguridade Social da Assembleia Legislativa: presidente Professor Rinaldo (PSDB); vice Antonio Carlos Arroyo (PR); e membros Celina Jallad (PMDB), Marquinhos Trad (PMDB) e Amarildo Cruz (PT).

Outra entidade que tem participação no caso mas ainda não se manifestou de maneira conclusiva foi o Ministério Público Estadual, por meio 32ª Promotoria de Justiça, cuja titular é Sara Francisco Silva. Segundo Dobashi, o MPE chegou a acionar a Secretaria Estadual de Saúde e recebeu todas as justificativas solicitadas, mas não deu respostas até agora.

Deliberações
Alessandra de Souza

A presidente do CES/MS, Darci Goulart, analisa que o órgao obteve uma vitória importante na reunião plenária. "Os dados apresentados não foram suficientes para convencer o Conselho porque a realidade não condiz com os números. E ainda, nós não temos conhecimento real das aplicações em saúde", declarou.
O pleno aprovou as seguintes propostas:

* cobrança ao STF para agilizar o julgamento da Adin para derrubar a Lei do Rateio, com mobilização de Câmaras Municipais, conselhos municipais e órgãos ligados à saúde;
* agendamento de audiência pública na Assembleia Legislativa, no 1º semestre de 2011, para discutir a revogação da Lei do Rateio;
* cobrança ao Congresso Nacional para regulamentar a Emenda 29;
* exigir do governo do Estado que todo o dinheiro aplicado em saúde passe pelo Fundo Estadual;
* devolução de R$ 140 milhões ao Fundo Estadual de Saúde;
* moção de repúdio ao governador André Puccinelli por alegar que aplica índices constitucionais na saúde, quando na verdade os valores estão abaixo do que diz a lei;
* solicitação ao Denasus para apresentar relatório conclusivo sobre as auditorias feitas nas contas do governo.


Notícias relacionadas
25/11/2010
18h00 HR adia quimioterapia por atraso na entrega de medicamento
23/11/2010
20h10 Situação da saúde em MS volta a pauta do Senado Federal
25/11/2010
23h00 MPE diz que precisa de auxílio de Ministério da Saúde para apurar denúncias
23h00 Ministério da Saúde afirma que HR não solicitou desabilitação de leitos
24/11/2010
08h20 Governo alega "reformas" e fecha outra ala do Hospital Regional mesmo sob protestos
19/11/2010
09h00 Procurador do MPF pede, mas saúde pública não terá radioterapia no Estado
11/11/2010
19h08 Tomografia do HR volta a funcionar após compra de peça que estava desgastada
12/11/2010
09h19 Após contato com reportagem, HRMS viabiliza quimioterapia para jovem
08h30 Pai denuncia falta de medicamentos para tratamento quimioterápico no HR
10/11/2010
19h42 Leia na íntegra o discurso do senador Valter Pereira sobre o caos na saúde em MS
16/09/2010
08h20 Conselho Nacional de Saúde: reprovação de contas do estado deve virar ação judicial
22/08/2010
11h51 Médico diz que Ministério Público Estadual ‘engavetou’ denúncia contra HR
19/08/2010
07h40 Conselho Estadual de Saúde rejeita contas do Estado e pede devolução de R$ 140 milhões

segunda-feira, 22 de novembro de 2010

Quem é Daniella Helayel, a estilista niteroiense que a futura princesa Kate adora



E a realeza descobriu o Brasil

Estadão - ‎há 7 horas‎
Em seu perfil no site da London Fashion Week, a estilista brasileira radicada em Londres Daniella Helayel diz que sua cliente ideal seria a queen of England, a Rainha da Inglaterra. Surpresa do destino, foi exatamente a futura princesa William de Gales ...

Quem é Daniella Helayel, a estilista que a futura princesa Kate adora

Flavia Guerra - O Estado de S.Paulo

Em seu perfil no site da London Fashion Week, a estilista brasileira radicada em Londres Daniella Helayel diz que sua cliente ideal seria a queen of England, a Rainha da Inglaterra.

Surpresa do destino, foi exatamente a futura princesa William de Gales quem fez com que o mundo descobrisse Daniella e sua grife na última semana.

Se a vida de Kate Middleton, a plebeia que está prestes a entrar para a família real inglesa, nunca mais será a mesma, é de apostar que nem a de Daniella.

Tudo porque Kate escolheu um vestido de sua grife, a Issa London, para usar no anúncio de seu noivado com o príncipe William, terça-feira, em Londres.

Suzanne Plunkett/Reuters
Suzanne Plunkett/Reuters
It-dress. Vestido Issa de Kate atraiu atenção mundial
Não é de hoje que Kate, formada em História da Arte, é fã de Daniella. Em oito anos de namoro com William, foi várias vezes fotografada vestindo peças da Issa, que tem loja própria em Londres, integra o calendário oficial da moda londrina desde 2006 e pode ser encontrada no Brasil em multimarcas.

Mas foi o vestido azul royal que Kate usou na terça que alçou definitivamente o nome de Daniella ao hall real da moda internacional. O look combina com o anel de noivado - o mesmo de safira e diamante que Diana ganhou do príncipe Charles, em 1981.

E se Kate não tem tido tempo para se dedicar ao assédio da imprensa mundial, a agenda de Daniella não anda menos lotada. Desde que teve a surpresa de ver Kate usando um vestido seu, a estilista não tem tido tempo nem mesmo para pensar no que fazer a respeito da fama repentina. "Fiquei muito feliz ao saber do noivado. Ela é uma mulher adorável. Desejo aos dois muitas felicidades", declarou.
A propósito, o vestido, drapeado na cintura, traduz bem a última coleção apresentada pela Issa na LFW. Fã de cores e estampas, Daniella trouxe para sua primavera-verão 2011 uma palheta de cores primárias e cítricas. Com muito royal, limão, laranja, amarelo, pink maravilha, a coleção é inspirada no exotismo da Índia e, não por acaso, abusa das voltas que os sáris indianos fazem no corpo feminino. As voltas viraram amarrações, turbantes, vestidos, drapeados, plissados, formas assimétricas e decotes que caem perfeitamente no jérsey de seda (o mesmo do vestido de Kate), o "tecido vedete" da coleção. Outra "peça-chave" da coleção é o "corseted jersey dress" (vestido corset de jérsei). "Esta peça é muito simples, elegante e chique", diz a estilista. Exatamente como o vestido de Kate. Ainda que não seja corset, o look da "noiva do ano" traduz a simplicidade elegante pela qual tem sido elogiada por estilistas como Lagerfeld e Valentino.
Diante das especulações se desenhará o vestido de noiva de Kate, Daniella não se pronunciou. "Por ora não tenho nada a dizer de concreto." Concreta mesmo é a carreira dessa niteroiense que se mudou para Nova York para fazer o Fashion Institute of Technology, em 1991. E muito antes da futura princesa, já vestia Madonna, Kate Moss, Naomi Campbell. Anos depois, mudou-se para Londres e criou sua primeira peça, e primeira coleção (que a Daslu, comprou), fazendo um vestido para si mesma. "Não achava nada que gostasse. Queria um vestido confortável e glamouroso ao mesmo tempo, que me levasse do trabalho para a festa. Criei eu mesma." Em 2004, lançou a Issa (o nome inspirado na famosa expressão surfista), que hoje tem escritórios em Londres, Los Angeles, Nova York e Tóquio. Se depender da demanda criada por Kate, vai ganhar filiais em várias outras capitais do mundo.

quinta-feira, 11 de novembro de 2010

A cada 3 dias trânsito de Campo Grande tem duas mortes e mais da metade são motociclistas


Celso Bejarano



De janeiro a setembro deste 2010, 41 pessoas morreram vítimas de acidente de trânsito nas ruas de Campo Grande, média de dois casos a cada três dias.
Vinte e nove das vítimas conduziam ou eram transportadas em motocicletas. Embora a soma que amedronta, o volume de mortes caiu 11% em relação ao mesmo período do ano passado, quando foram anotados 46 casos fatais.
Tais números aparecem no recém publicado relatório de estatísticas do Detran-MS.
Detalhe que deve atrair a atenção das autoridades ligadas ao trânsito: a estatística do órgão estadual considera apenas as mortes no local do acidente.
Não existe aqui em Campo Grande um estudo oficial indicando a soma de mortes por acidentes de trânsito nos hospitais.
Note o exagero: de janeiro a setembro deste ano ocorreram 5.743 acidentes em ruas da Capital, ou 21 a cada dia terminado. E, desse levantamento, segundo o Detran, 5.584 pessoas sofreram algum tipo de ferimento.
Em setembro, por exemplo, diz a estatística do Detran, 691 pessoas ficaram machucadas em acidentes de trânsito, média de 20 por dia.
O relatório do Detran afirma ainda que houve queda no número de mortes de janeiro a setembro do ano passado em relatório ao período deste ano. Contudo, se contado apenas o número de acidentes, percebe-se que o trânsito da Capital está mais violento agora do que em 2009.
Nos nove primeiros meses do ano passado foram anotados 5.224 acidentes, 519 a menos dos casos registrados no mesmo período deste ano.
Alessandra de Souza/arquivo


Das 41 mortes que aparecem no estudo do Detran-MS deste ano, 27 pessoas pilotavam motocicletas, duas ocupavam a garupa do veículo, oito eram pedestres, um dirigia um carro, dois eram passageiros do banco dianteiro de carro e um era ciclista. 


O Painel de Blogs de Edson Pain não se cansa de repetir:

Acidentes de Trânsito e sua prevenção


É inaceitável o elevado indice de acidentes de trânsito nas estradas e ruas de Mato Grasso do Sul.

Só em Campo Grande o Trânsito mata uma pessoa, quase todos os dias.

Os acidentes, de um modo geral decorrem de impericia, negligência e imprudência

O excesso de velocidade está implicado na maioria dos acidentes.


A 60 km/h você dirige o carro,

A 100 km/h só Deus guia o carro e protege o motorista.

A 120 km/h a morte pega carona.

Nós podemos reduzir tais acidentes, mediante educação para o trânsito.

quinta-feira, 4 de novembro de 2010

Aécio: PSDB precisa difundir ideias antes das eleições

Plantão | Publicada em 04/11/2010 às 20h59m
Reuters/Brasil OnlineSÃO PAULO (Reuters) - O senador eleito por Minas Gerais Aécio Neves (PSDB) afirmou nesta quinta-feira que o partido não pode esperar o início do processo eleitoral para começar a difundir suas ideias e propostas.
"Antes de termos um nome é preciso que tenhamos um projeto. Não podemos deixar novamente para o início do processo eleitoral a difusão das nossas ideias e das nossas propostas", disse o ex-governador a jornalistas, ao ser questionado sobre a proposta do presidente do Partido, Sérgio Guerra, para que o próximo candidato presidencial seja escolhido ao menos em 2012.
Em relação ao tipo de oposição que fará, Aécio disse que será responsável, atenta e vigorosa ao fiscalizar o Executivo. "Mas generosa com o Brasil", afirmou em Caeté, região metropolitana de Belo Horizonte, onde visitou o Santuário de Nossa Senhora da Piedade.
"O presidente pode certamente ficar tranquilo, porque ele não verá no Brasil neste período uma oposição como a que o PT fez com relação ao presidente Fernando Henrique", disse, ao responder pergunta sobre declaração do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Na véspera, Lula fez um apelo à oposição para não tratar de maneira raivosa a candidata eleita Dilma Rousseff, como disse que fizeram com ele.
Aécio, apontado como principal líder da oposição após a derrota de José Serra para a presidente eleita Dilma Rousseff no pleito do último domingo, defendeu também a necessidade de nacionalizar o partido.
Na avaliação do senador eleito, que também é visto como grande responsável pela reeleição de seu ex-vice-governador Antonio Anastasia ao governo mineiro, o PSDB precisa se fortalecer em ao menos 10 Estados, nos quais ele considerou a sigla "do ponto de vista regional, frágil".
"Nós temos um período para buscar atrair, em torno de propostas, em torno de projetos, de uma visão nova de Brasil, forças políticas em alguns Estados onde nós disputamos fragilmente essas eleições", afirmou.
A vitória eleitoral de Dilma sobre Serra se deu, principalmente, na Região Nordeste, onde a petista obteve grande margem de vantagem sobre o tucano, num cenário parecido com o dos triunfos do presidente Lula sobre Serra em 2002 e sobre Geraldo Alckmin em 2006.