quarta-feira, 30 de abril de 2014


Crise na campanha de Aécio Neves

"Com seu partido enfraquecido, resta ao PSDB torcer para que os partidos não sejam a principal força motriz das eleições deste ano.

/ Carta Maior

A maior crise na campanha de Aécio

Uma crise se abate sobre a campanha de Aécio Neves. De todos os problemas que já enfrentou, a bomba de efeito retardado chamada "Pimenta da Veiga" é, sem sombra de dúvida, a maior até o momento.

Ela explodiu justo em Minas Gerais, onde Aécio esperava tirar parte da diferença de votos que Dilma terá em outros estados.

A escolha de Pimenta da Veiga, um dos pais das privatizações dos anos 1990 e um dos filhos diletos do governo FHC, parecia ideal, mas foi implodida a partir do momento em que a Polícia Federal (PF) desvelou a teia de relações montadas pelas empresas de Marcos Valério no mensalão tucano.

A PF indiciou Pimenta por ligações consideradas mais que suspeitas com o esquema.

Como se o problema já não fosse suficientemente grande, Aécio e Pimenta cometeram o erro de levantar suspeitas sobre a ação da PF.

Para tentar rebater o inquérito e confrontar a PF, o indiciado alegou que seus negócios com Marcos Valério eram lícitos. Como “prova”, afirmou que tudo havia sido declarado à Receita Federal.

A informação mostrou suas pernas curtas quando veio o desmentido, da própria PF, de que Pimenta só revelou seus negócios com as empresas que abasteciam o mensalão tucano depois de o esquema ter sido estourado pela CPI dos Correios.

Após o escândalo, em 2005, Pimenta fez uma declaração retificadora, na qual apareceram, finalmente, R$300 mil. Grande ideia, só que, para a PF, o esquecimento e a retificação, feita só depois da CPI, são prova da tentativa de esconder o dinheiro.

O risco é que o pré-candidato do PSDB de Minas, agora provável ex-pré-candidato, se transforme em réu em plena campanha. Mesmo se afastado da disputa, Pimenta da Veiga permanece como rescaldo.

Devagar e indeciso

A trapalhada em Minas foi grande e provoca não apenas um estrago na candidatura tucana ao Governo do Estado. Reforça dúvidas, sobretudo entre os tucanos paulistas (à exceção de FHC), sobre a própria perspicácia de Aécio nesta campanha.

A calma entre os correligionários já está com o prazo de validade vencido, dado o avanço do calendário eleitoral e  as intenções de voto empacadas, pesquisa após pesquisa.

Considerado lerdo para pôr sua candidatura na rua e acanhado em falar para valer como oposicionista, Aécio foi alertado de que precisava reagir para ficar claro seu perfil anti-Dilma e evitar que caísse sobre ele a mesma pecha de picolé de chuchu que colou em Geraldo Alckmin, nacionalmente, em 2006.

A aproximação com Eduardo Campos foi vista como um péssimo negócio, que beneficiaria mais o PSB, bem menor em todo o país, do que o PSDB.

Até agora, Aécio não foi capaz nem mesmo de escolher o nome para a sua vice. Entre as opções e indecisões, se fala até em Fernando Henrique Cardoso, que, mesmo internamente ao PSDB, é tido como a alternativa mais desastrosa - tal a rejeição que o ex-presidente goza na opinião pública.

Como se isso não bastasse, falta palanque próprio a Aécio em estados importantes. Onde se comemora a adesão de setores do PMDB, como no caso da Bahia e no Rio de Janeiro, os festejos encobrem um quadro de velório do PSDB enquanto partido.

Além da Bahia e Rio de Janeiro, no Rio Grande do Sul, Espírito Santo, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, Alagoas e no Distrito Federal, o partido ou recorrerá a alianças com outros partidos  ou terá que se contentar em lançar candidatos “pangarés”, pouco competitivos.

Situação grave, pelo tamanho do colégio eleitoral, é a do Rio de Janeiro. O Partido se esfacelou no estado. Aécio, ao procurar remendar, cometeu outra trapalhada ao lançar uma celebridade, o técnico de vôlei, Bernardinho, que recusou a candidatura logo após ter sido “confirmada” por Aécio.

Depois de cogitar Ellen Gracie, a inexpressiva ex-ministra do STF, o Partido pode acabar não lançando ninguém, deixando o pouco que resta de sua base livre para apoiar a candidatura de Luiz Fernando Pezão, do PMDB.

Aposta na mídia e nos bancos para decidir a eleição

Com tamanhas fragilidades, os tucanos ainda têm que evitar que Eduardo Campos os ultrapasse. Para tanto, contam com o fato de que, se o PSDB vai mal das pernas, ainda assim tem uma máquina eleitoral maior que a do PSB.

Com seu partido enfraquecido, resta ao PSDB torcer para  que os partidos não sejam a principal força motriz das eleições deste ano.

Os tucanos esperam que a velha mídia e os financiadores de campanha, principalmente os bancos, façam toda a diferença, principalmente diante do alastramento do inconformismo entre uma parcela expressiva de eleitores.

Nesta hora, o pedido de vistas do ministro Gilmar Mendes, no STF, que segura a decisão que proibirá o financiamento empresarial a campanhas eleitorais, vem a calhar.

Para atender à velha mídia, Aécio  veio para cima com o mote da CPI da Petrobrás.

Para atender aos bancos, principalmente o Itaú Unibanco,  deixou correr a informação de que Armínio Fraga é o seu candidato a ministro da Fazenda.

É bom lembrar que, quando Fraga foi presidente do Banco Central de FHC, tinha Ilan Goldfajn como diretor de política econômica. Ambos se tornariam sócios na Gávea Investimentos. Goldfajn é hoje economista-chefe é sócio do Itaú Unibanco.

Por isso, apesar da tempestade, na  mídia tradicional, a previsão para Aécio Neves é de tempo bom.

Para parceiros como o Itaú Unibanco, mesmo com o inferno astral do PSDB,  Aécio continua sendo um partidão.

(*) Antonio Lassance é cientista político



  • Moradores do Rio denunciam “morte por queda” como estratégia para esconder crimes policiais
    4/30/2014
    Elizabeth Gomes Silva, esposa de Amarildo — Fotos Catarina Pedroso
    "Antes da morte do dançarino DG, moradores já contestavam laudos de “morte por queda”

    por Catarina Pedroso do Rio de Janeiro, especial para o Viomundo

    A morte de Douglas Rafael da Silva Pereira, o DG, dançarino do programa “Esquenta!” da Rede Globo, desencadeou protestos dos moradores da favela Pavão-Pavãozinho, na zona Sul do Rio de Janeiro, que ganharam destaque na mídia nos últimos dias.

    Durante os protestos, outra pessoa foi morta. Edilson da Silva dos Santos morreu com um tiro na cabeça, provocando ainda mais indignação na população. Mas não é de hoje que os moradores do complexo de favelas Cantagalo e Pavão-Pavãozinho, localizado entre os bairros de Copacabana e Ipanema, se queixam e se organizam contra a violência dos policiais da UPP (Unidade de Polícia Pacificadora) instalada no complexo.

    Deize Carvalho é, hoje, uma das lideranças no morro do Cantagalo e uma das principais vozes a denunciar os abusos policiais. Seu filho, Andreu Luis da Silva de Carvalho, foi morto no dia 1º de janeiro de 2008.

    Na versão oficial, muito semelhante à sustentada por laudo preliminar da Polícia Civil sobre a morte do dançarino DG, Andreu teria caído do muro em uma tentativa de fuga. Mas, segundo denúncia oferecida pelo Ministério Público três anos depois, o jovem foi espancado e torturado até a morte por agentes do Degase (Departamento Geral de Ações Socioeducativas)."
    Matéria Completa, ::AQUI::
  • 'Avanço da democracia não chegou à comunicação'
    4/29/2014
    "Ex-ministro das Comunicações Franklin Martins detecta "crescente mal-estar" da sociedade em relação aos meios de comunicação: "O Brasil se tornou um país democrático nos últimos dez, 12 anos, e não cabe mais no cercadinho dos grupos oligopolizados de comunicação. O rádio e a televisão não conseguem acompanhar as transformações no país. Queiram ou não os grandes grupos, terá de haver uma nova pactuação. Seguramente, temos a legislação mais antiquada do mundo"

     Vitor Nuzzi, da Rede Brasil Atual / Brasil 247

    O ex-ministro da Secretaria de Comunicação Social Franklin Martins detecta "crescente mal-estar" da sociedade em relação aos meios de comunicação, setor que, segundo ele, não acompanhou a evolução democrática do país. Ao mesmo tempo, Franklin afirma que a questão deve ser assumida pela sociedade e que é preciso ter "competência política" para formar maioria e realizar as mudanças. "Não adianta botar toda a culpa na Dilma", disse Franklin, durante seminário promovido pela CUT São Paulo, na sede do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, em São Bernardo do Campo, como parte das atividades do 1º de Maio.
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  • Irresponsabilidades do sistema financeiro ameaçam conquistas sociais, diz Lula
    4/28/2014
    Ex-presidente diz que o estrangeiro que vier à Copa vai ver 'a cara do Brasil, a beleza e a pobreza'
    "Em entrevista a rede portuguesa, ex-presidente destaca avanços sociais da democratização pós Revolução dos Cravos e afirma que erros do sistema bancário internacional recaem sobre os trabalhadores

    Redação RBA

    O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse em entrevista à rede portuguesa RTP que o entristece a situação econômica da Europa, sobretudo em países como Portugal, Alemanha e Grécia. Segundo Lula, a construção da União Europeia, consolidou a reconstrução do continente que sofreu os estragos da Segunda Guerra Mundial, é um patrimônio da humanidade e da democracia mundial. Lula esteve nos país durante as comemorações da Revolução dos Cravos, de 25 de abril de 1974.
     
    Provocado a comentar a situação portuguesa, o ex-presidente se disse cauteloso para não cometer indelicadezas diplomáticas, mas criticou as políticas de austeridade e de cortes de gastos sociais determinadas pela chamada Troika – trio formado por FMI, Banco Central Europeu e Comissão Europeia. Afirmou que Portugal teve evidentes avanços econômicos nos últimos 40 anos, refletindo diretamente na qualidade de vida de sua população. E que essa conquistas estão ameaçadas em decorrência da irresponsabilidade do sistema financeiro internacional, que desencadeou a crise de 2008 que hoje afeta vários países.
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