PAULO PEIXOTO
da Agência Folha, em Belo Horizonte
A disputa pelo comando do diretório mineiro do PMDB foi vencida pelo setor mais próximo do governo de Aécio Neves (PSDB), apoiado pelo ministro Hélio Costa (Comunicações).
O grupo derrotado forma, com PT e PC do B, o bloco de oposição ao governador tucano na Assembleia Legislativa.
Mas a vitória do deputado federal Antônio Andrade sobre o deputado estadual Adalclever Lopes não significa que o PMDB-MG vai pregar uma aliança nacional com o PSDB.
O programa apresentado pelo grupo vencedor, cuja abertura é escrita por Costa, afirma ser "sólida" a aliança com o governo Lula. No plano regional, o discurso é que a manutenção da aliança com o PT depende do "clima de entendimento construído até agora".
Acontece que esse ambiente está desgastado e pode prejudicar a aliança que sustentaria a virtual candidatura presidencial da ministra Dilma Rousseff (PT) em Minas Gerais, segundo colégio eleitoral do país.
Na disputa pelo comando do PT-MG, o grupo de Fernando Pimentel, ex-prefeito de Belo Horizonte e pré-candidato ao governo de Minas, venceu o grupo do ministro Patrus Ananias e reafirmou o entendimento de não ceder a vaga de governador para o PMDB.
Até Patrus, que quer prévias no PT, disse que vai sustentar sua pré-candidatura ao governo estadual, podendo o PMDB integrar a chapa com outros cargos. O PMDB também diz que não cede a vaga.
Resta saber se Costa manteria sua candidatura sem apoio do PT ou do PSDB --alternativa possível se Aécio for escolhido o candidato tucano a presidente da República. Costa vinha dizendo que não seria candidato solo, porque perdeu as disputas ao governo de Minas de 1990 e 1994 nessa situação.
Durante a convenção do PMDB, o ex-governador Newton Cardoso, apoiador da ala derrotada, disse que Costa tem intenção de se lançar candidato ao Senado em aliança com o PSDB. "Ele quer dar um golpe. Está condenado a ser governador ou nada", disse Newton.
"São pessoas que falam demais equivocadamente e mentirosamente. Minha candidatura é ao governo de Minas", respondeu Costa.
Se depender de Aécio, a teoria de Newton pode acontecer. Ontem, dia seguinte à convenção peemedebista, ele disse que uma aliança com o PMDB é uma "alternativa que independe" da sua eventual candidatura presidencial.
"A preferência do PSDB é apresentar um nome que dê continuidade ao nosso projeto, que é o nome do professor [Antonio] Anastasia, que é o vice-governador do Estado. Agora temos aí uma vaga de vice e duas vagas ao Senado que podem muito bem ser fruto do entendimento com o PMDB."
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