sábado, 24 de novembro de 2012

Macarrão é condenado a 15 anos de prisão; ex-namorada de Bruno pega 5 (Postado por Lucas Pinheiro)

O júri popular do caso Eliza Samudio condenou, na noite desta sexta-feira (23), no Fórum de Contagem, em Minas Gerais, os réus Luiz Henrique Ferreira Romão, o Macarrão, e Fernanda Gomes de Castro, ex-namorada do goleiro Bruno, por participação nas ações que resultaram na morte da ex-amante do jogador.

Macarrão pegou 15 anos de prisão - pena mínima por homicídio qualificado em razão de sua confissão -, e Fernanda, 5 anos em regime aberto. A sentença começou a lida às 23h50 da sexta-feira e terminou por vota de 0h10 de sábado.

 Eliza sumiu em 2010 e seu corpo nunca foi achado. Ela tinha 25 anos e era mãe do filho recém-nascido do goleiro Bruno, de quem foi amante. Na época, Bruno era titular do Flamengo e não reconhecia a paternidade.

Conforme a sentença da juíza Marixa Fabiane Lopes Rodrigues, Macarrão foi condenado a 12 anos em regime fechado por homicídio triplamente qualificado (por motivo torpe, asfixia e uso de recurso que dificultou a defesa da vítima) e mais três anos em regime aberto por sequestro e cárcere privado. Ele foi absolvido da acusação de ocultação de cadáver. Ao ouvir a decisão, Macarrão chorou.

Fernanda foi culpada por dois crimes de sequestro e cárcere privado, de Eliza Samudio e de seu filho, Bruninho, condenada à pena de 5 anos a ser cumprida em regime aberto.

'Execução meticulosamente arquitetada'
Em sua decisão, a juíza afirmou que o crime foi uma "execução meticulosamente arquitetada" e que os acusados agiram com "perversidade" e que a culpabilidade é "acentuada".

A juíza fixou a pena base de 20 anos contra Macarrão pelo homicídio, que foi atenuada por sua confissão. "Embora a confissão do réu seja parcial, ela encontra especial valor", escreveu. "A admissão do réu de que realmente levou Eliza para o encontro com a morte foi de extrema relevância para tirar do conselho de sentença qualquer dúvida. Prestigio a sua confissão em plenário para reduzir a pena aplicada para o mínimo legal".

A juíza afirma que, mesmo antes do júri, tinha a convicção de que houve o crime com base na "prova indireta e que Eliza Samudio de fato havia sido brutalmente assassinada". "No entanto, alguns advogados dos corréus, no seu regular exercício da defesa, semearam de forma exitosa a dúvida na mente de milhares de pessoas que, ao longo de dois anos e cinco meses, se questionavam e se perguntavam se Eliza Samudio estava realmente morta", disse.

 Quanto a Fernanda, a juíza entendeu que ela é primária e tem bons antecedentes, possui ocupação lícita e se dedica a trabalhos sociais, mas sua conduta é "altamente reprovável". "Embora fugindo do conhecimento de que o destino de Eliza era a morte, prestou inestimável auxílio aos demais envolvidos, não se preocupando com o destino daquela própria moça", afirmou. "Seu sequestro foi o prelúdio de seu extermínio".

Repercussão
O promotor Henry Wagner de Castro disse, após a leitura da sentença, que a Promotoria não vai recorrer da pena "porque entende que houve justiça na dosagem". Ele projetou possível pena para o goleiro Bruno, que ainda será julgado. "Se Macarrão pegou 20 anos pelo homicídio, é claro que a [sentença] do Bruno tem que começar por aí", afirmou no plenário, ressaltando que "não há escapatória" para o goleiro.

A advogado de Macarrão, Leonardo Diniz, disse que "a defesa vai analisar oportunamente na semana que vem se vai interpor recurso". Ele diz que vai analisar a dosimetria da pena, mas afirmou que "a defesa entende que foi uma vitória". Carla Silene, advogada de Fernanda, disse que, "dentro do contexto que se apresentou, ela já esperava esse resultado".

Os jurados saíram do plenário em direção à sala secreta às 21h e voltaram depois de mais de duas horas. Durante esse período, eles responderam a quesitos preparados pela juíza Marixa, com a concordância de advogados e do promotor. Com respostas "sim" e "não", os jurados decidiram se os réus cometeram o crime, se podem ser considerados culpados e se há agravantes ou atenuantes, como ser réu primário. Em seguida, a juíza redigiu a sentença.

O júri popular, que teve início com cinco réus, acabou com apenas dois acusados: Macarrão e Fernanda. O jogador Bruno Fernandes de Souza é acusado de ter arquitetado a morte da ex-amante, em 2010, para não ter de reconhecer o filho que teve com Eliza nem pagar pensão alimentícia. Bruno, a sua ex-mulher Dayanne Rodrigues e o ex-policial Marcos Aparecido dos Santos, o Bola, tiveram o júri desmembrado pela juíza Marixa e serão julgados em 2013.

 O crime
Conforme a denúncia, Eliza foi levada à força do Rio de Janeiro para um sítio do goleiro, em Esmeraldas (MG), onde foi mantida em cárcere privado. Depois, a vítima foi entregue para o ex-policial Marcos Aparecido dos Santos, o Bola, que a asfixiou e desapareceu com o corpo, nunca encontrado. O bebê Bruninho foi achado com desconhecidos em Ribeirão das Neves (MG).

Além de réus que tiveram júri desmembrado, dois acusados serão julgados separadamente – Elenílson Vitor da Silva e Wemerson Marques de Souza. Sérgio Rosa Sales, primo de Bruno, foi morto a tiros em agosto. Outro suspeito, Flávio Caetano Araújo, que chegou a ser indiciado, teve o processo arquivado.

Investigações
A polícia encerrou o inquérito com base em laudos que atestam presença de sangue de Eliza em um carro de Bruno, nos depoimentos de dois primos que incriminam o goleiro, em sinais de antena de celular e multas de trânsito que mostram a viagem do grupo do Rio de Janeiro até Minas Gerais e em conversas de Eliza com amigos pela internet, nas quais relata o medo que sentia.

Eliza também havia prestado queixa contra o atleta quando ainda estava grávida, dizendo que ele a forçou, armado, a tomar abortivos. Ela ainda deixou um vídeo dizendo que poderia aparecer morta se não tivesse proteção.

 Promotor vê Macarrão 'protagonista'
Durante sua primeira manifestação na fase de debates entre acusação e defesas, o promotor Henry Wagner Vasconcelos de Castro apresentou uma série de provas ao júri popular, entre elas registros de telefonemas realizados pelos réus, um laudo do sangue de Eliza achado no carro do atleta, além dos depoimentos de Jorge Luiz Rosa e de Sérgio Rosa Sales, primos de Bruno, dados à polícia e que dão detalhes sobre a morte da ex-amante do goleiro.

Ao falar novamente em sua réplica, Castro apontou Macarrão como "protagonista" dos eventos que resultaram na morte de Eliza. Ele citou novamente depoimento do primo do goleiro: "Sérgio, sobre a atuação do Macarrão, apontada por ele como de extrema relevância na divisão de tarefas que foi estipulada [...] Macarrão é colocado como protagonista desses acontecimentos".

Ele também pediu a condenação de Fernanda Gomes de Castro, dizendo que ela sabia o que estava sendo planejado quando foi à casa de Bruno. "Ela chegou lá sabendo qual era sua tarefa. Já no sítio, Fernanda não tinha dúvida do que aconteceria com Eliza", disse. "A absolvição de Fernanda é uma injustiça. Não há possibilidade de absolver Fernanda desse sequestro, sem absolver Macarrão do sequestro".

 Defesa pede 'reprimenda justa'
Leonardo Diniz, advogado de Luiz Henrique Ferreira Romão, o Macarrão, pediu aos jurados uma "reprimenda justa" para seu cliente, na primeira vez em que se pronunciou no plenário. O defensor defendeu a absolvição do seu cliente dos crimes de sequestro, porque não teria participado, e de ocultação de cadáver, porque não saberia o que foi feito do corpo.

Ao se pronunciar durante a tréplica da fase de debates, o defensor disse que a condenação dos réus será um "troféu extraordinário" para o promotor do caso, para quem "condenação é estatística". Ele afirmou que "todo mundo está propenso a errar e estar subjugado a um processo cuja prova é fraca".

Ele voltou a pedir "uma condenação justa" para Macarrão e defendeu a confissão do réu, na madrugada de quinta (22). "A confissão ela é muito consistente sim. Ela traz um valor muito grande nesse processo sim", disse. "Suas informações não destoam aqui do processo em julgamento, em nada".

Diniz também voltou a dizer que o réu não presenciou a morte de Eliza. "Como? Macarrão estava no sítio. Ele chutou? Claro que não, nem lá ele estava", afirmou ao júri. "Não se condena pisando em areia movediça. O julgador quando julga, julga em terreno firme. Se não tem prova robusta, melhor absolver", defendeu.

 Advogada de Fernanda pede provas
Carla Silene, responsável pela defesa de Fernanda Gomes de Castro, namorada do goleiro Bruno à época do desaparecimento de Eliza, disse, na primeira rodada de argumentações, que não é possível condenar sua cliente sem provas de sua participação no crime. "Cadê as provas? [...] Contra Fernanda Castro, pelo cárcere privado de Eliza e Bruninho, essas provas não vieram", afirmou. "Eu só posso condenar quando eu tenho prova".

Durante a tréplica, ela criticou o promotor Henry Castro por ofender sua cliente por diversas vezes e pediu que o caso seja levado à Corregedoria do Ministério Público, responsável por avaliar a conduta dos promotores. "A defesa, com todo respeito ao ser humano, em nenhum momento desqualificou a pessoa da vítima, especialmente respeitando a mãe dela, que se encontra neste plenário", disse.

Segundo a advogada de Fernanda, os depoimentos dos caseiros do sítio demonstram que Eliza não tinha ferimentos e não usava lenço na cabeça. "Que ela estava lá normal, não tinha cara de assustada e aterrorizada". Ela também desqualificou o depoimento de Jorge Luiz Rosa, primo de Bruno menor de idade à época do crime e que atualmente está em programa de proteção a testemunhas, dizendo que ele não confirmou à Justiça seu depoimento dado à polícia.


19 de novembro


Júri fica com um réu a menos e define jurados
O primeiro dia do júri popular, realizado na segunda-feira (19), foi marcado pela atuação dos advogados de Marcos Aparecido dos Santos, o Bola, que abandonaram o plenário, e pelo primeiro depoimento de testemunha de acusação, Cleiton Gonçalves, ex-motorista do goleiro Bruno Fernandes, principal acusado. Também foram definidos seis mulheres e um homem como jurados do caso.

O goleiro Bruno alternou risos e expressões sérias durante a primeira sessão. Sem algemas, direito de todos os réus em júri popular, o jogador mexeu no queixo, reclinou a cabeça em direção aos joelhos, mas, na maior parte do tempo, ficou parado, de queixo erguido e olhar atento a tudo que acontecia no julgamento.


20 de novembro


Bruno troca a defesa e júri fica com três réus
Na segunda sessão, realizada na terça (20), o goleiro Bruno destituiu o responsável por sua defesa, Rui Pimenta. Ele tentou afastar também o outro defensor, Francisco Simim, mas o pedido foi negado pela juíza Marixa Fabiane Lopes Rodrigues, que viu manobra para adiar o julgamento. Tiago Lenoir foi apresentado como novo advogado da equipe de defesa.

O pedido de Bruno resultou na saída da ré Dayanne, ex-mulher do goleiro, do júri popular. Ela responde à ação em liberdade e terá mais tempo para ser defendida por outro advogado. Ao longo do dia foram ouvidos depoimentos de três pessoas: João Batista, citado no depoimento de Cleiton Gonçalves, ex-motorista de Bruno; Ana Maria Santos, delegada que falou sobre o depoimento de Jorge Luiz Rosa, primo de Bruno Fernandes; e Jaílson Alves de Oliveira; detento que disse ter ouvido na cadeia a confissão de Bola sobre a morte de Eliza Samudio.


21 de novembro

Júri de Bruno é adiado e Macarrão liga goleiro ao crime
A terceira sessão, que durou da manhã de quarta até a madrugada de quinta-feira (22), foi marcada pelo interrogatório do réu Luiz Henrique Ferreira Romão, o Macarrão, que disse ter levado de carro a ex-amante do jogador até local indicado pelo goleiro, em Belo Horizonte, onde a jovem entrou em um Palio. "Ele ia levar ela para morrer", afirmou sobre a ordem. Ele disse que não sabia o que iria acontecer com Eliza, mas que "pressentia" que a jovem seria morta.

Pela manhã de quarta, Bruno deixou o júri após ter o julgamento desmembrado e adiado para 4 de março de 2013 por decisão da juíza Marixa Fabiane Lopes Rodrigues, atendendo pedido da defesa. Lúcio Adolfo, novo advogado de Bruno após a saída de Francisco Simim, alegou não conhecer o processo.

22 de novembro



Ex confirma parte do depoimento de Macarrão
A ex-namorada do goleiro Bruno, Fernanda Gomes de Castro, confirmou na quinta (22), ao ser interrogada no quarto dia de júri popular, boa parte do depoimento de Macarrão. Ela disse ser inocente das acusações de sequestro e cárcere privado de Eliza e de Bruninho, filho da ex-amante com o goleiro, e confirmou que Macarrão usou seu carro, um Gol, por cerca de 20 minutos na noite do crime.

Fernanda ressaltou que não desconfiou do destino trágico que Eliza teria, "pela calma que ela apresentava" durante o tempo que esteve em Minas. "Só tive conhecimento verdadeiro de que a Eliza foi executada ontem pelas declarações de Luiz Henrique [Macarrão]", afirmou.

sexta-feira, 23 de novembro de 2012

Com debate entre acusação e defesa, júri do caso Eliza entra na reta final (Postado por Lucas Pinheiro)

O julgamento do caso Eliza Samudio entra na reta final nesta sexta-feira (23). A previsão é que a sessão seja iniciada às 9h, no Fórum de Contagem, na Região Metropolitana de Belo Horizonte. No quinto dia de júri popular, será realizado o debate entre acusação e defesa.

De acordo com o Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG), primeiramente, o promotor poderá expor seus argumentos. Em seguida, os advogados dos réus Luiz Henrique Ferreira Romão, o Macarrão, e de Fernanda Gomes de Castro, falarão no plenário. Por fim, há espaço para réplicas e tréplicas. Segundo a Justiça, a fase do debate deve durar até sete horas e meia.

Depois que acusação e defesa apresentarem suas alegações, o conselho de sentença se reunirá para decidir se os réus serão condenados ou absolvidos. Macarrão responde por homicídio triplamente qualificado, sequestro e cárcere privado e ocultação de cadáver. Já a ex-namorada do goleiro Bruno Fernandes é acusada de sequestro e cárcere privado.

A expectativa do TJMG é que a sentença seja proferida pela juíza Marixa Fabiane Lopes Rodrigues ainda nesta sexta-feira, finalizando o julgamento de Luiz Henrique Ferreira Romão e de Fernanda Gomes de Castro.

 4º dia
A ex-namorada do goleiro Bruno Fernandes confirmou nesta quinta-feira (22) boa parte do depoimento dado por Macarrão. A sessão do júri foi encerrada por volta de 17h50.

Fernanda, que se disse inocente das acusações de sequestro e cárcere privado de Eliza e de Bruninho, filho da ex-amante com o goleiro, confirmou que Macarrão usou seu carro, um Gol, por cerca de 20 minutos. Macarrão afirmou em seu depoimento ter levado Eliza de carro até um local indicado pelo goleiro, em Belo Horizonte, onde a ex-amante entrou em um Palio, no início de junho de 2010. "Ele ia levar ela para morrer", disse o réu Macarrão, em depoimento que durou até cerca de 4h desta quinta-feira.

Interrogada durante o julgamento, Fernanda ressaltou que não desconfiou do destino trágico que Eliza teria, "pela calma que ela apresentava" durante o tempo que esteve em Minas. "Só tive conhecimento verdadeiro de que a Eliza foi executada ontem pelas declarações de Luiz Henrique [Macarrão]", afirmou ela, em seu depoimento.

Questionada pela juíza Marixa Fabiane sobre como soube das declarações de Macarrão, Fernanda disse ter sido informada pela imprensa. Ela afirmou que chegou a mentir em seu primeiro depoimento à polícia, mas que depois voltou atrás e pediu desculpas aos delegados. "Estava com medo", ressaltou.

 Boato interrompe júri
Um boato divulgado nesta quinta-feira afirmou que o goleiro Bruno teria tentado suícidio dentro da Penitenciária Nelson Hungria, em Contagem, Minas Gerais, mesma cidade em que o júri do caso Eliza está sendo realizado.

A notícia falsa causou tensão no fórum, onde o júri chegou a ser interrompido por cerca de 20 minutos pela juíza Marixa Fabiane. Ela dispensou os jurados por alguns minutos, por volta de 16h10, e disse a todos no tribunal se manterem em silêncio sobre qualquer notícia ou informação, por já saberem do que se tratava, referindo-se ao boato.

A sessão já havia sido retomada às 16h45 desta quinta-feira.

O boato foi desmentido pela Secretaria de Defesa Social de Minas Gerais. Segundo a secretaria, o diretor-geral do presídio, Luiz Carlos Danunzio, confirmou que Bruno está bem. A secretaria disse que Danunzio chegou a ir até o pavilhão onde o atleta está para verificar seu estado de saúde. A tensão ocorreu durante o depoimento da ex-namorada do goleiro, Fernanda Gomes de Castro.

Do lado de fora do tribunal, o falso boato também causou confusão. Jornalistas cercaram o advogado Lúcio Adolfo, defensor do goleiro Bruno, para saber informações sobre o caso. Ele seguiu para trás de um portão fechado, na entrada do fórum, protegido por policiais militares.

Agressão
Durante o interrogatório, Fernanda disse ter sido informada por Macarrão que a ex-amante de Bruno havia sido agredida pelo primo do goleiro, Jorge Luiz Rosa, num momento anterior ao episódio do carro. O depoimento confirma a versão do amigo de Bruno sobre o episódio. "Ele [Macarrão] e Jorge foram encontrar com Eliza para negociar uma dívida. Ele disse que houve uma briga no carro entre Jorge e Eliza por causa de algo que Eliza teria dito algo sobre o jogador que não agradou Jorge", disse.

A ex-namorada afirmou, ainda, que ficou com o bebê de Eliza por alguns momentos e que chegou a fazer mamadeira para ele, durante o período que coincide com o cárcere privado investigado pelo Ministério Público. "Fiz a mamadeira e troquei a fralda e a criança parou de chorar. Depois disso, subi para o o quarto de Bruno e ele dormiu. Neste momento, não vi a Eliza. Tive vontade de falar com a Eliza, mas fiquei com medo de ela falar meu nome para a mídia", disse. O episódio ocorreu antes do desaparecimento da ex-amante, segundo Fernanda, que ressaltou que Eliza agradeceu por ela ter cuidado da criança.

 Terminado o depoimento de Fernanda na chamada fase de instrução, em que as provas são apresentadas, terão início os debates, com apresentação de argumentos de acusação e defesa para tentar convencer os jurados.

Bruno ficou 'decepcionado'
O advogado do goleiro Bruno, Lúcio Adolfo, disse que o atleta ficou "decepcionado" ao saber nesta quinta (22) das declarações dadas pelo réu Luiz Henrique Ferreira Romão, o Macarrão, no julgamento do caso Eliza.

Macarrão afirmou, em depoimento à juíza Marixa Fabiane, que à época do caso, ocorrido em junho de 2010, levou a ex-amante do jogador de carro até um local indicado pelo goleiro, em Belo Horizonte, onde a jovem entrou em um Palio. "Ele [Bruno] ia levar ela para morrer", disse.

 O defensor, junto com os advogados Francisco Simim e Tiago Lenoir, foi à Penitenciária Nelson Hungria, em Contagem, por volta de 11h30 contar a Bruno sobre o interrogatório de Macarrão, que terminou na madrugada desta quinta. "[Ele] reagiu com tristeza, mas entendeu que Macarrão está pressionado", disse. Adolfo reforçou que o goleiro não chorou, mas "ficou chateado, decepcionado, pela amizade que existia entre os dois".

Macarrão relatou à juíza que não sabia o que iria acontecer com Eliza, mas que "pressentia" que a jovem seria morta. Ele afirmou ainda que alertou Bruno sobre o que podia acontecer, mas que o goleiro pediu para ele largar "de ser bundão". "Falou que era para deixar com ele", disse o réu antes de começar a chorar no plenário.

Em entrevista, o advogado Adolfo disse que quer incluir Macarrão como testemunha quando for realizado o novo julgamento do goleiro Bruno, no dia 4 de março de 2013. Ele cogita, inclusive, pedir uma acareação entre os dois.

"A situação de ontem foi atípica, pois o Arteiro [advogado de acusação] ficou em cima do Macarrão", disse Simim, também defensor do goleiro.

 'Não sou esse monstro'
Antes de falar ao júri, na madrugada de quinta-feira, Macarrão ouviu a leitura da denúncia contra ele e disse para juíza Marixa que a acusação "em partes é verdade". Ele disse não ter falado, em depoimentos anteriores, tudo que sabia sobre Eliza. "Quero deixar bem claro para a senhora que eu não sou esse monstro que as pessoas colocaram", disse Macarrão. "E hoje eu vou falar tudo que a senhora queira ouvir da minha boca e colaborar com a verdade dos fatos".

Macarrão disse que Bruno conheceu Eliza Samudio durante uma "orgia" e que, tempos depois, o goleiro contou que achava que a jovem estava grávida. O réu afirmou que não levou Bruno a sério, mas que o goleiro iria encontrar Eliza para conversar. Meses mais tarde, o atleta retomou o assunto e confirmou que "a garota estava grávida mesmo".

 O réu disse que Bruno estava estranho ao telefone, no dia 10 de junho de 2010, e que o jogador pediu que ele levasse Eliza Samudio até um ponto da Pampulha, onde teria uma pessoa esperando por ela. "Ele falou que ia...", começou a contar. "Antes de dizer o que ele ia fazer, eu quero dizer que eu disse pra ele deixar aquela menina em paz".

Mais tarde, questionado se estava mais aliviado por contar o que aconteceu, Macarrão respondeu: "Eu guardei tudo isso. Eu não aguentava mais, eu não sou esse monstro que todo mundo colocou [...] Se tem alguém aqui que acabou com a vida, foi ele [Bruno] que acabou com a minha vida".

"Graças a Deus eu tirei esse fardo carregado há dois anos das minhas costas. Eu não quis prejudicar ninguém nesse processo", disse Macarrão ao final do interrogatório. "Eu ponho a cabeça no travesseiro tranquilo de que eu fiz tudo para evitar isso [...] Eu não participei".

 Júri de Bruno é adiado
Na manhã de quarta-feira, o julgamento de Bruno Fernandes foi desmembrado e adiado para 4 de março de 2013, segundo decisão da juíza Marixa. O goleiro foi retirado do plenário para ser levado novamente para a penitenciária Nelson Hungria. Inicialmente, a magistrada havia anunciado que o novo júri ocorreria em janeiro, mas depois ela afirmou que é difícil conseguir jurados para compor o Conselho de Sentença no início do ano e que fevereiro tem poucos dias, em razão do Carnaval.

O adiamento foi concedido pela juíza a pedido da defesa de Bruno. O advogado Francisco Simim, que defendia o goleiro, apresentou um documento transferindo seus poderes a outro defensor, Lúcio Adolfo. Chamado de substabelecimento sem reserva de poderes, o documento pediu a substituição de Simim por Adolfo, que alegou não conhecer o processo para pedir o adiamento.

Na terça-feira (20), o goleiro Bruno já havia tentado adiar o júri, com um pedido de destituição de seus advogados Rui Pimenta e Francisco Simim. A juíza Marixa aceitou o pedido de saída de Pimenta, após o jogador alegar que não se sentia seguro para continuar com ele, e negou o de Simim.

A juíza afirmou que "não obstante haver claras evidências de manobra, por outro lado também é verdade que o documento que foi apresentado a mim foi de substabelecimento", justificando sua decisão. "Estou acolhendo o pedido da defesa para conceder ao advogado prazo para o conhecimento do processo".

quinta-feira, 22 de novembro de 2012

Macarrão muda sua versão e surpreende ao incriminar Bruno (Postado por Lucas Pinheiro)

 A terceira sessão do júri popular do caso Eliza Samudio, que durou da manhã de quarta até a madrugada desta quinta-feira (22) no Fórum de Contagem, em Minas Gerais, foi marcada pelo interrogatório do réu Luiz Henrique Ferreira Romão, o Macarrão, que disse ter levado de carro a ex-amante do jogador até um local indicado pelo goleiro, em Belo Horizonte, onde a jovem entrou em um Palio. "Ele ia levar ela para morrer", afirmou sobre a ordem recebida.

Macarrão disse à juíza que não sabia o que iria acontecer com Eliza, mas que "pressentia" que a jovem seria morta. Ele afirmou ainda que alertou Bruno sobre o que podia acontecer, mas que o goleiro pediu para ele largar "de ser bundão". "Falou que era para deixar com ele", disse o réu antes de começar a chorar no plenário.

 Na manhã de quarta, o réu Bruno Fernandes de Souza deixou o júri após ter o julgamento desmembrado e adiado para 4 de março de 2013 por decisão da juíza Marixa Fabiane Lopes Rodrigues, atendendo pedido da defesa. Lúcio Adolfo, novo advogado de Bruno após a saída de Francisco Simim, alegou não conhecer o processo.

O júri também encerrou a fase dos depoimentos de testemunhas de acusação e de defesa após ouvir no plenário duas pessoas: Sônia Fátima de Moura, mãe de Eliza Samudio, e Marcos Vinícius Borges, amigo de infância de Luiz Henrique Ferreira Romão, o Macarrão. A pedido da advogada de Fernanda Castro, também foram exibidos depoimentos em vídeo de José Roberto, caseiro do sítio de Bruno em Esmeraldas (MG), e de Gilda Maria Alvez, mulher dele.

 O promotor Henry Wagner Vasconcelos de Castro exibiu ainda, durante cerca de uma hora e 40 minutos, reportagens de diversos veículos de comunicação sobre o caso Eliza Samudio. Os jurados acompanharam atentos, mas demonstraram sinais de cansaço devido ao longo tempo de júri. Antes do fim da sessão, foram lidos documentos periciais e depoimentos de outras testemunhas.

O júri popular, que teve início com cinco réus, segue com apenas dois acusados: Macarrão e Fernanda. Ele é acusado de homicídio triplamente qualificado, sequestro e cárcere privado e ocultação de cadáver. Ela é acusada de sequestro e cárcere privado de Eliza e de Bruninho, filho que a vítima teve com o goleiro.

 A Promotoria acusa o jogador, que era titular do Flamengo, de ter arquitetado a morte da ex-amante, em crime ocorrido em 2010, para não ter de reconhecer o filho que teve com Eliza nem pagar pensão alimentícia. Bruno, sua ex-mulher Dayanne Rodrigues e o ex-policial Marcos Aparecido dos Santos, o Bola, tiveram o júri desmembrado pela juíza Marixa e serão julgados em 2013.

Fernanda é próxima interrogada
Depois do interrogatório de mais de cinco horas de Macarrão, o júri popular ouvirá Fernanda Castro, namorada de Bruno à época dos fatos. A sessão está marcada para começar às 13h30 desta quinta-feira. Terminada a chamada fase de instrução, em que as provas são apresentadas, terão início os debates com argumentos da acusação e da defesa para tentar convencer os jurados.

'Não sou esse monstro'
Antes de falar ao júri, Macarrão ouviu a leitura da denúncia contra ele e disse para juíza Marixa Fabiane Lopes Rodrigues que a acusação "em partes é verdade" e que ele não falou, em depoimentos anteriores, tudo que sabia sobre Eliza. "Quero deixar bem claro para a senhora que eu não sou esse monstro que as pessoas colocaram", disse Macarrão. "E hoje eu vou falar tudo que a senhora queira ouvir da minha boca e colaborar com a verdade dos fatos".

Macarrão disse que Bruno conheceu Eliza Samudio durante "orgia no apartamento" e que, tempos depois, o goleiro contou que achava que a jovem estava grávida. O réu afirmou que não levou Bruno a sério, mas que o goleiro iria encontrar Eliza para conversar. Meses mais tarde, Bruno retomou o assunto e confirmou que "a garota estava grávida mesmo".

 O réu disse que Bruno estava estranho ao telefone, no dia 10 de junho de 2010, e que o jogador pediu que ele levasse Eliza Samudio até um ponto da Pampulha, onde teria uma pessoa esperando por ela. "Ele falou que ia...", começou a contar. "Antes de dizer o que ele ia fazer, eu quero dizer que eu disse pra ele deixar aquela menina em paz".

Mais tarde, questionado se estava mais aliviado por contar o que aconteceu, Macarrão respondeu: "Eu guardei tudo isso. Eu não aguentava mais, eu não sou esse monstro que todo mundo colocou [...] Se tem alguém aqui que acabou com a vida, foi ele [Bruno] que acabou com a minha vida".

"Graças a Deus eu tirei esse fardo carregado há dois anos das minhas costas. Eu não quis prejudicar ninguém nesse processo", disse Macarrão ao final do interrogatório. "Eu ponho a cabeça no travesseiro tranquilo de que eu fiz tudo para evitar isso [...] Eu não participei".

Júri de Bruno é adiado
Pela manhã, o julgamento de Bruno Fernandes foi desmembrado e adiado para 4 de março de 2013, segundo decisão da juíza Marixa Fabiane. O goleiro foi retirado do plenário para ser levado novamente para a penitenciária Nelson Hungria. Inicialmente, a juíza havia anunciado que o novo júri ocorreria em janeiro, mas depois ela afirmou que é difícil conseguir jurados para compor o Conselho de Sentença no início do ano e que fevereiro tem poucos dias, em razão do Carnaval.

O adiamento foi concedido pela juíza a pedido da defesa de Bruno. O advogado Francisco Simim, que defendia o goleiro, apresentou um documento transferindo seus poderes a outro defensor, Lúcio Adolfo. Chamado de substabelecimento sem reserva de poderes, o documento pediu a substituição de Simim por Adolfo, que alegou não conhecer o processo para pedir o adiamento.

O corpo de defesa afirmou logo no início da sessão, por volta de 9h40, que o novo defensor precisa de prazo para ler o texto da ação. "Eu preciso de mais tempo para estudar esse processo", disse Adolfo no plenário.

Na terça-feira (20), o goleiro Bruno já havia tentado adiar o júri, com um pedido de destituição de seus advogados Rui Pimenta e Francisco Simim. A juíza Marixa aceitou o pedido de saída de Pimenta, após o jogador alegar que não se sentia seguro para continuar com ele, e negou o de Simim.

 A juíza afirmou que "não obstante haver claras evidências de manobra, por outro lado também é verdade que o documento que foi apresentado a mim foi de substabelecimento", justificando sua decisão. "Estou acolhendo o pedido da defesa para conceder ao advogado prazo para o conhecimento do processo".

'É estratégia sim'
Segundo Simim, a mudança, que implicou no adiamento do júri do goleiro, foi uma estratégia. "É estratégia sim, porque a gente precisava de mais tempo para estudar o processo", disse o advogado.

Para ele, o desmembramento valeu para "ganhar prazo, porque tem um habeas corpus para ser julgado", se referindo ao pedido de soltura impetrado pela defesa do goleiro no Supremo Tribunal Federal (STF).

Simim disse que o novo defensor será o único representante de Bruno no plenário, a partir de hoje. Mas, nos bastidores, ele afirmou que toda a equipe continua trabalhando pela defesa do goleiro.

Lucio Adolfo, disse em entrevista, na porta do fórum de Contagem, que não conhece nada das 15 mil páginas que integram o processo, e que o prazo era necessário para a leitura dos autos. "Fui chamado para participar da defesa do Bruno hoje. Não conhecia o processo. Pedi à juíza um prazo para que eu pudesse analisar a matéria junto com o doutor Tiago Lenoir e o doutor Francisco Simim. E vamos fazer isso".

Depoimento em vídeo
A pedido da advogada Carla Silene, que defende Fernanda Castro, foram exibidos ao júri depoimentos em vídeo de José Roberto, caseiro do sítio do goleiro Bruno em Esmeraldas (MG), e de Gilda Maria Alvez, mulher dele.

 José Roberto disse que viu Eliza Samudio no sítio, mas que não achou estranho ela ter desaparecido depois de 10 de junho, dia que a polícia acredita ser o da morte da ex-amante de Bruno. O caseiro disse que só soube que a mulher vista no sítio era Eliza na delegacia. Ele negou que Eliza tenha ficado "trancafiada num cômodo" e disse que ela não tinha "cara de assustada". "Estava normal", afirmou no vídeo. José Roberto também disse que não conhece Bola.

A mulher dele, Gilda Maria Alvez, disse no vídeo que não houve brigas no sítio nos dias em que Eliza esteve no local. Ela afirmou que viu Eliza no sítio pela primeira vez na manhã de 7 de junho de 2010 e que, antes, nunca tinha ouvido falar dela.

Depois do dia 10 de junho, a caseira disse que chegou a ver o bebê Bruninho no sítio, levado por uma mulher. Depois, afirmou que viu a criança com outras pessoas, inclusive com Dayanne, ex-mulher de Bruno. Ela disse ainda que um dia o bebê ficou com ela e dormiu fora da casa do sítio.

No depoimento exibido no júri, ela conta que mentiu para a polícia quando disse não ter visto Eliza no sítio por medo. "Ainda tô com medo de fazerem coisa ruim com a gente igual com essa moça que tá desaparecida", afirmou. A caseira disse que viu Bruno e Macarrão pela última vez no sítio no dia 10 de junho de 2010.

Os depoimentos dos caseiros são exibidos em vídeo porque ambos foram arrolados como testemunha, mas não foram encontrados para comparecer ao júri em Contagem (MG). As imagens mostram depoimentos de testemunhas de defesa ouvidas pela Justiça na chamada audiência de instrução, em outubro de 2010.

Ciúmes
A testemunha de defesa Marcos Vinícius Borges, amigo de infância de Macarrão, disse ao júri que os primos de Bruno, Jorge Luiz Rosa e Sérgio Rosa Sales, tinham ciúmes da relação entre o réu e o jogador. A relação entre os dois era de amizade, mas Macarrão estava mais próximo de Bruno do que os primos, ressaltou a testemunha. Borges disse que o amigo era "como um irmão" para o goleiro, durante seu depoimento. Macarrão faria "tudo que ele [o goleiro] precisasse", disse Borges.

O amigo de infância de Macarrão negou que ele fosse homossexual. Segundo Borges, um fato que o fez acreditar no ciúme dos primos foi quando Sérgio Rosa Sales disse a Macarrão para "não voltar a trabalhar com Bruno", após o réu ter deixado de ser funcionário do goleiro. O depoimento foi encerrado por volta de 13h40.

Mãe de Eliza
A mãe de Eliza Samudio, Sônia Fátima de Moura, disse em depoimento durante o júri que "não perdoaria" Bruno caso ele seja responsável pela morte de sua filha. Sônia depôs aproximadamente até 12h30 no Fórum de Contagem, em Minas Gerais, chorando muito.

 Ela disse que Eliza jamais abandonaria o filho, Bruninho. "Ela [Eliza] sempre falava para mim em relação a um filho. Ela disse para mim que mataria e morreria pelo filho dele, mas que ela jamais deixaria o filho para trás", disse.

A mãe disse sustentar Bruninho com a ajuda do marido e de familiares, porque está há dois anos e nove meses sem trabalho. "Sempre houve resistência [do goleiro] em reconhecer a paternidade da criança", afirmou ela ao promotor Henry Wagner Vasconcelos de Castro, ao ser questionada sobre decisão da Justiça que declarou Bruno o pai da criança.

O relacionamento da família de Eliza com Bruninho é o "melhor possível", disse Sônia. Ela relatou que não teve contato telefônico com a filha, que é ex-amante do goleiro, por oito meses, e que soube de notícias de Eliza por meio de suas redes sociais na internet. "Todas as amizades dela eram duradouras, ela era muito querida", disse a mãe, após chorar. "Eliza era muito calma, não era explosiva", ressaltou.

quarta-feira, 21 de novembro de 2012

Julgamento do goleiro Bruno é adiado (Postado por Lucas Pinheiro)

O julgamento do goleiro Bruno Fernandes foi desmembrado e adiado para 4 de março de 2013, segundo decisão da juíza Marixa Fabiane, anunciada nesta quarta-feira (21), no Fórum de Contagem, em Minas Gerais. O goleiro foi retirado do plenário para ser levado novamente para a penitenciária Nelson Hungria. O júri continua para dois outros réus no processo: Luiz Henrique Romão, o Macarrão, e Fernanda Gomes de Castro, ex-namorada do goleiro.

 O adiamento foi concedido pela juíza a pedido da defesa de Bruno. O advogado Francisco Simim, que defendia o goleiro, apresentou um documento transferindo seus poderes a outro defensor, Lúcio Adolfo. Chamado de substabelecimento sem reserva de poderes, o documento pediu a substituição de Simim por Adolfo, que alegou não conhecer o processo para pedir o adiamento.

O corpo de defesa afirmou logo no início da sessão, por volta de 9h40, que o novo defensor precisa de prazo para ler o texto da ação. "Eu preciso de mais tempo para estudar esse processo", disse Adolfo no plenário.

Na terça-feira (20), o goleiro Bruno já havia tentado adiar o júri, com um pedido de destituição de seus advogados Rui Pimenta e Francisco Simim. A juíza Marixa aceitou o pedido de saída de Pimenta, após o jogador alegar que não se sentia seguro para continuar com ele, e negou o de Simim.

A juíza afirmou que "não obstante haver claras evidências de manobra, por outro lado também é verdade que o documento que foi apresentado a mim foi de substabelecimento", justificando sua decisão. "Estou acolhendo o pedido da defesa para conceder ao advogado prazo para o conhecimento do processo", disse ela.

O promotor Henry Castro afirmou que o pedido dos advogados de Bruno foi uma manobra para adiar o júri e que eles atentam "contra quem quer trabalhar".

 O Código Penal, lembrado pelo promotor, prevê multa de dez a 100 salários mínimos por abandono de processo que não for por motivo imperioso.

Castro criticou a medida adotada pela defesa do goleiro em plenário. "Algumas das defesas, sob a capa da astúcia e da bravata, só manobram", disse. O promotor pediu ainda que os advogados "dignifiquem a advocacia" e "respeitem a Justiça".

Para o novo advogado de Bruno, a ação não foi uma manobra. "Eu tomei conhecimento do processo hoje, a juíza autorizou que eu pegasse uma cópia do processo. Vou me dedicar e vou me preparar para uma defesa que vá de encontro com as necessidades" do goleiro, disse ele.

Questionado pelos jornalistas, Adolfo perguntou: "Vocês acham que neste ambiente tenso é possível se fazer um julgamento justo?", referindo-se ao júri instalado desde segunda-feira.

 Estratégia, sim
Segundo Simim, a mudança, que implicou no adiamento do júri do goleiro, foi uma estratégia. “É estratégia sim, porque a gente precisava de mais tempo para estudar o processo”, disse o advogado.

Na opinião de Simim, o desmembramento valeu para “ganhar prazo, porque tem um habeas corpus para ser julgado”, se referindo ao pedido de soltura impetrado pela defesa do goleiro no Supremo Tribunal Federal (STF), e ainda não julgado. Segundo o advogado, o novo defensor será o único representante de Bruno no plenário, a partir de hoje. Mas, nos bastidores, Simim disse que toda a equipe continua trabalhando pela defesa do goleiro.

O novo advogado contradisse Simim, ao afirmar que a substituição não é uma estratégia da defesa. "Absolutamente. Não é uma estratégia, é uma necessidade", disse Adolfo. E afirmou ainda que a juíza foi "compreensiva" ao lhe conceder o prazo de dois meses para a leitura do processo. "Vou me debruçar sobre o processo. (...) O prazo é bom. Não é manobra. Não vou forçar um adiamento", completou.

Em entrevista na porta do Fórum de Contagem, o novo advogado disse não conhecer nada das 15 mil páginas que integram o processo, e que o prazo era necessário para a leitura dos autos. “Fui chamado para participar da defesa do Bruno hoje. Não conhecia o processo. Pedi à juíza um prazo para que eu pudesse analisar a matéria junto com o doutor Tiago Lenoir e o doutor Francisco Simim. E vamos fazer isso."

Destituição
O goleiro argumentou, na terça-feira (20), que pediu a destituição de Simim por ele representar sua ex-mulher, Dayanne Rodrigues, ré na ação. A magistrada entendeu que o goleiro pretendia adiar seu julgamento e negou a solicitação, mas Bruno negou esse objetivo e alegou que não queria prejudicar a defesa de Dayanne.

O promotor do caso pediu para que Dayanne, que responde à ação em liberdade, tivesse mais tempo para ser defendida por outro advogado. Bruno, réu preso, tem preferência de julgamento. A juíza seguiu este entendimento e determinou que Dayanne seja julgada em outra data, possivelmente junto com Marcos Aparecido dos Santos, o Bola, que conseguiu o desmembramento do júri.

segunda-feira, 19 de novembro de 2012

Mãe de Eliza Samudio diz confiar na 'condenação de todos os réus' (Postado por Lucas Pinheiro)

"Eu confio na Justiça, na condenação de todos os réus. Eu quero os restos mortais da minha filha", disse Sônia de Fátima Moura, mãe de Eliza Samudio, na chegada ao Fórum de Contagem, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, na manhã desta segunda-feira (19).

Ela vai acompanhar o júri popular do goleiro Bruno e de mais quatro réus - Luiz Henrique Ferreira Romão - o Macarrão; Marcos Aparecido dos Santos, o Bola; Dayanne Rodrigues, ex-mulher do atleta; e Fernanda Gomes de Castro; ex-amante de Bruno. Sete jurados vão decidir o destino dos réus acusados de cárcere privado e da morte de Eliza, ex-amante do jogador. O caso ocorreu em 2010. O júri é presidido pela juíza Marixa Fabiane Lopes Rodrigues.

 Ingrid Oliveira, noiva do goleiro Bruno, já havia chegado ao fórum, às 9h. O aparato policial é forte, e o público começou a chegar às 8h.

Cerca de 50 pessoas estão reunidas na entrada, incluindo familiares do ex-policial Marcos Aparecido dos Santos, o Bola, um dos acusados do crime. Eles carregavam uma faixa com frases como: "Marcos, sentimos sua falta" e "acreditamos na sua inocência".

Os réus serão julgados por um grupo de sete pessoas, formado por cidadãos maiores de 18 anos residentes em Contagem (MG), sem antecedente criminal ou parentesco com os acusados. Eles são sorteados um a um ao início da sessão entre 25 pessoas previamente escaladas. A juíza Marixa pediu também que suplentes estejam à disposição.

A defesa de cada réu, e em seguida a acusação, podem recusar três jurados sem justificativa na medida em que vão sendo sorteados, até formar o Conselho de Sentença. Os sete jurados ficam confinados até o final do julgamento e não podem conversar entre si sobre o caso. A acomodação e alimentação são custeadas pelo Tribunal de Justiça de Minas Gerais, que prevê um gasto de R$ 35 mil com o júri.

sábado, 17 de novembro de 2012

'Vai querer saber como mãe morreu', diz avó sobre o filho de Eliza e Bruno (Postado por Lucas Pinheiro)

A dona de casa Sônia de Fátima Moura, mãe de Eliza Samúdio, já se prepara para o dia em que terá que falar sobre a morte da filha para o neto, Bruninho, de 2 anos. “Bruninho é muito pequeno ainda, mas vai crescer e vai querer saber como tudo aconteceu, como a mãe dele morreu. Sei que esse momento vai chegar e estou me preparando para essa conversa", disse em entrevista ao G1.

Sônia viajará de Mato Grosso do Sul até Minas Gerais para acompanhar o júri popular que, a partir desta segunda-feira (19), julgará o goleiro Bruno Fernandes de Souza e mais quatro réus pela participação na morte e desaparecimento da modelo. Ela disse que não vai levar o neto e preferiu não divulgar a data da viagem.

   A mãe de Eliza conseguiu a guarda definitiva do neto no dia 30 de maio de 2012. A família deixou o distrito de Anhanduí, no interior do Mato Grosso do Sul, e agora mora em Campo Grande. Além de Sônia e do Neto, também dividem a casa o marido e um filho de 14 anos, irmão mais novo de Eliza.

Ela diz que Bruninho é uma criança alegre, levada e criativa. Já sabe falar diversas palavras e a chama de mãe. "Ele sabe que eu sou a avó, mas me chama de mãe. Quando mostro a foto dela, ele reconhece e diz que ela é a mãe dele que está no céu", contou a avó.

Após a morte da filha, Sônia passou a fazer tratamento com psicólogos. Neste ano, Bruninho também passou a receber acompanhamento profissional. O menino gosta de brincar, correr, pular e também de jogar bola. "É uma criança normal", disse a avó, que contou ainda que o neto torce para o São Paulo, mesmo time de Eliza, segundo ela.

Sônia contou que já viu o goleiro algumas vezes, mas nunca conversou com ele. Ela admite que o menino tem traços físicos semelhantes aos do pai, mas enfatiza que os olhos, a personalidade e as manias são heranças de Eliza. "Ele também gosta de comer as mesmas coisas que ela gostava, tipo batata frita com ketchup", disse a avó. (Assista acima a entrevistas da mãe de Eliza ao G1 e ao Fantástico.)

O julgamento
O júri popular do caso Eliza Samudio, marcado para começar às 9h desta segunda-feira (19), no Fórum Doutor Pedro Aleixo, em Contagem (MG), será presidido pela juíza Marixa Fabiane Lopes Rodrigues. Além do goleiro Bruno, estão no banco dos réus outros quatro acusados de participação: Luiz Henrique Ferreira Romão, o Macarrão; Marcos Aparecido dos Santos, o Bola; Dayanne Rodrigues, ex-mulher de Bruno; e Fernanda Gomes de Castro, ex-namorada do goleiro.

Os réus serão julgados por um grupo de sete pessoas, formado por cidadãos maiores de 18 anos residentes em Contagem (MG), sem antecedente criminal ou parentesco com os acusados. Eles são sorteados um a um ao início da sessão entre 25 pessoas previamente escaladas. A juíza Marixa pediu também que suplentes estejam à disposição.

Ao todo, 30 testemunhas serão ouvidas – cinco de acusação, que são ouvidas primeiro, e 25 arroladas pela defesa (cinco para cada réu). Não há limite de tempo para as oitivas. Cada testemunha é questionada pelo juiz, pelo promotor e pelos advogados de todos os réus.

Encerrada essa fase, que promete ser a mais longa, começa o interrogatório dos cinco réus, que têm o direito de permanecer em silêncio. Depois, acusação e defesa apresentam seus argumentos para tentar convencer os jurados de que os réus são culpados ou inocentes.

Por último, o júri se reúne em uma sala secreta para responder a quesitos formulados pelo juiz com "sim" e "não". Eles decidirão se os réus cometeram o crime, se podem ser considerados culpados e se há agravantes ou atenuantes, como ser réu primário. De posse do veredicto, a decisão final dos jurados, a juíza dosa a pena com base no Código Penal, se houver condenação. Se houver absolvição, o réu deixa o tribunal livre.

O crime
Conforme a denúncia, Eliza foi levada à força do Rio de Janeiro para um sítio do goleiro, em Esmeraldas (MG), onde foi mantida em cárcere privado. Depois, a vítima foi entregue para o ex-policial militar Marcos Aparecido dos Santos, o Bola, que a asfixiou e desapareceu com o corpo, nunca encontrado. O bebê Bruninho foi achado com desconhecidos em Ribeirão das Neves (MG).

Do total de nove acusados, dois serão julgados separadamente – Elenílson Vitor da Silva e Wemerson Marques de Souza. Sérgio Rosa Sales, primo de Bruno, foi morto a tiros em agosto. Outro suspeito, Flávio Caetano Araújo, que chegou a ser indiciado, teve o processo arquivado.

Investigações
A polícia encerrou o inquérito com base em laudos que atestam presença de sangue de Eliza em um carro de Bruno, nos depoimentos de dois primos que incriminam o goleiro, em sinais de antena de celular e multas de trânsito que mostram a viagem do grupo do Rio de Janeiro até Minas Gerais e em conversas de Eliza com amigos pela internet, nas quais relata o medo que sentia.

Eliza também havia prestado queixa contra o atleta quando ainda estava grávida, dizendo que ele a forçou, armado, a tomar abortivos. Ela ainda deixou um vídeo dizendo que poderia aparecer morta se não tivesse proteção.

quarta-feira, 14 de novembro de 2012

Defesa de Bola pede ao STF suspensão do júri do caso Eliza (Postado por Lucas Pinheiro)



A defesa de Marcos Aparecido dos Santos, réu no processo sobre o desaparecimento e morte de Eliza Samudio, pediu liminarmente a suspensão do julgamento dos acusados do assassinato da ex-namorada do goleiro Bruno Fernandes. O júri esta marcado para esta segunda-feira (19), no I Tribunal do Júri de Contagem. A defesa alegou em documento encaminhado ao Supremo Tribunal Federal (STF) que não teve acesso a gravações dos depoimentos das testemunhas ouvidas no curso do processo. A assessoria do STF, confirmou que pedido foi ajuizado nesta quarta-feira (14) e agora vai distribuido para análise de um dos ministros, o que deve ocorrer ainda hoje.



O júri
Para o júri popular, serão convocadas 25 pessoas que moram em Contagem, que são maiores de 18 anos e que não têm antecedentes criminais. Sete delas serão escolhidas por sorteio. Elas vão ocupar as cadeiras da sala onde acorrerá o julgamento, e o restante será dispensado.

Quando o júri começar, serão ouvidas 30 testemunhas de acusação e de defesa, além de três autoridades policiais. Somente depois, os réus começam a ser interrogados.

Caso Eliza Samudio
O goleiro Bruno Fernandes e mais sete réus foram pronunciados a júri popular no processo sobre o desaparecimento e morte de Eliza Samudio. Para a polícia, a ex-namorada do jogador foi morta em junho de 2010 na Região Metropolitana de Belo Horizonte, e o corpo nunca foi encontrado.

Após um relacionamento com o goleiro Bruno, Eliza deu à luz um menino em fevereiro de 2010. Ela alegava que o atleta era o pai da criança. Atualmente, o garoto mora com a mãe da jovem, em Mato Grosso do Sul.

Entenda as acusações
Em 19 de novembro, Bruno Fernandes e mais quatro réus serão julgados no Tribunal do Júri de Contagem. O goleiro e o amigo Luiz Henrique Romão vão a júri popular por sequestro e cárcere privado, homicídio triplamente qualificado e ocultação de cadáver. A Justiça havia atribuído as mesmas acusações a Sérgio Rosa Sales, que morreu neste ano, mas ele respondia ao processo em liberdade. Já o ex-policial Marcos Aparecido dos Santos também está preso e vai responder no júri popular por homicídio duplamente qualificado e ocultação de cadáver.

Na fase de inquérito sobre o desaparecimento e morte de Eliza, Sales e o outro primo do goleiro Bruno – Jorge Luiz Rosa – contribuíram com informações à polícia. Segundo a investigação, eles estiveram com Eliza no sítio do jogador, em Esmeraldas (MG).

Dayanne Rodrigues, ex-mulher do goleiro; Wemerson Marques, amigo do jogador, e Elenílson Vítor Silva, caseiro do sítio em Esmeraldas, respondem pelo sequestro e cárcere privado do filho de Bruno. Já Fernanda Gomes de Castro, outra ex-namorada do jogador, responde por sequestro e cárcere privado de Eliza e do filho dela. Eles foram soltos em dezembro de 2010 e respondem ao processo em liberdade. Flávio Caetano Araújo, que chegou a ser indiciado, foi inocentado.

quinta-feira, 8 de novembro de 2012

Ex-mulher do goleiro Bruno confirma depoimento do atleta sobre 'babá' (Postado por Lucas Pinheiro)

 Após pouco mais de uma hora, a ex-mulher do goleiro Bruno Fernandes, Dayanne Rodrigues, deixou a Delegacia de Homicídios de Ribeirão das Neves, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, nesta quinta-feira (8). Ela foi depor a respeito do inquérito que apura a morte da irmã de uma mulher que teria cuidado do filho do goleiro com a ex-amante, Eliza Samudio.

Segundo o advogado de Dayanne, Francisco Simim, ela confirmou ao delegado a versão dita por Bruno durante depoimento, na última terça-feira (6), de que não conhecia nem a vítima, Graziele Beatriz Leal, nem sua irmã, Geisla Leal. Tanto Bruno quanto Dayanne refutaram a versão de que Graziele foi babá das filhas dos dois.

 Ainda segundo o defensor, era uma outra pessoa quem cuidava das crianças quando Dayanne morava no Rio de Janeiro. Ele acrescentou que só se fala de Bruno agora porque ele é "a bola da vez". No próximo dia 19 de novembro, haverá o julgamento para definir sua participação no desaparecimento e assassinato de Eliza Samudio.

Suspeitos
Três homens estão em prisão temporária por suspeita de matar a irmã da "babá". O último a ser preso foi capturado no dia 22 de outubro. Segundo o delegado, naquele dia, o suspeito apontado pela polícia como mandante do assassinato de Graziele disse que Bruno estaria envolvido com o crime. Conforme a corporação, ele afirmou ainda que o atleta tinha mandado matar Graziele porque ela "sabia demais" e tinha atuado como babá de suas duas filhas com Dayanne.

Com o depoimento de Bruno, na última terça, e de Dayanne, nesta quinta, o delegado afirmou que a primeira linha de investigação parece a mais provável: a de que os três suspeitos assassinaram Graziele por engano, quando, na verdade, queriam matar sua irmã Geisla Leal, que devia dinheiro a eles e estava envolvida com um grupo rival de tráfico de drogas. O delegado disse que há provas materiais, testemunhais e motivação que sustentam esta tese.

Para Rocha, "a princípio, o goleiro Bruno não tem ligação com a morte de Graziele". Mas ele diz que vai continuar as investigações e ouvir mais perentes e amigos da vítimas e de Bruno.

A morte
Segundo a Polícia Civil, Graziele foi morta na casa de Geisla, no bairro Liberdade, na em Ribeirão das Neves, na Grande BH, em janeiro de 2011. A polícia afirmou que Geisla estava sendo procurada pelos suspeitos por um suposto envolvimento com tráfico de drogas.

Geisla é uma das pessoas citadas no processo de desaparecimento e morte de Eliza Samudio. Segundo a polícia, ela teria cuidado do filho de Eliza no início de junho de 2010, mesma época em que a jovem desapareceu.

 Caso Eliza Samudio
O goleiro Bruno Fernandes e mais sete réus foram pronunciados a júri popular no processo sobre o desaparecimento e morte de Eliza Samudio. Para a polícia, a ex-namorada do jogador foi morta em junho de 2010 na Região Metropolitana de Belo Horizonte, e o corpo nunca foi encontrado.

Após um relacionamento com o goleiro Bruno, Eliza deu à luz um menino em fevereiro de 2010. Ela alegava que o atleta era o pai da criança. Atualmente, o garoto mora com a mãe da jovem, em Mato Grosso do Sul.

Entenda as acusações
Em 19 de novembro, Bruno Fernandes e mais quatro réus serão julgados no Tribunal do Júri de Contagem. O goleiro e o amigo Luiz Henrique Romão vão a júri popular por sequestro e cárcere privado, homicídio triplamente qualificado e ocultação de cadáver. A Justiça havia atribuído as mesmas acusações a Sérgio Rosa Sales, que morreu neste ano, mas ele respondia ao processo em liberdade. Já o ex-policial Marcos Aparecido dos Santos também está preso e vai responder no júri popular por homicídio duplamente qualificado e ocultação de cadáver.

Na fase de inquérito sobre o desaparecimento e morte de Eliza, Sales e o outro primo do goleiro Bruno – Jorge Luiz Rosa – contribuíram com informações à polícia. Segundo a investigação, eles estiveram com Eliza no sítio do jogador, em Esmeraldas (MG).

Dayanne Rodrigues, ex-mulher do goleiro; Wemerson Marques, amigo do jogador, e Elenílson Vítor Silva, caseiro do sítio em Esmeraldas, respondem pelo sequestro e cárcere privado do filho de Bruno. Já Fernanda Gomes de Castro, outra ex-namorada do jogador, responde por sequestro e cárcere privado de Eliza e do filho dela. Eles foram soltos em dezembro de 2010 e respondem ao processo em liberdade. Flávio Caetano Araújo, que chegou a ser indiciado, foi inocentado.

O julgamento de Elenilson Silva e Wemerson Marques será realizado em data ainda não confirmada.

terça-feira, 6 de novembro de 2012

Bruno presta depoimento sobre morte de irmã de 'babá', na Grande BH (Postado por Lucas Pinheiro)

 O goleiro Bruno Fernandes presta depoimento na manhã desta terça-feira (6) na Delegacia de Homicídios de Ribeirão das Neves, na Região Metropolitana de Belo Horizonte. De acordo com a Polícia Civil, ele depõe a respeito do inquérito da morte da irmã da mulher que cuidou do filho do goleiro na época do desaparecimento de Eliza Samudio.

No dia 22 de outubro, dois suspeitos do crime foram presos em Belo Horizonte. Ainda segundo a polícia, a vítima teria sido confundida com a irmã, Geisla Leal, no dia do assassinato.

Graziela Beatriz Leal foi morta na casa de Geisla, no bairro Liberdade, na Região da Pampulha, em Belo Horizonte, em janeiro de 2011. A polícia afirmou que Geisla Leal estava sendo procurada pelos suspeitos por um suposto envolvimento com tráfico de drogas.

Além dos dois presos, um terceiro homem, que está na prisão por envolvimento em outro assassinato, também é suspeito do crime.

Geisla é uma das pessoas citadas no processo de desaparecimento e morte de Eliza Samudio. Segundo a polícia, ela teria cuidado do filho de Eliza no início de junho de 2010, mesma época em que a jovem desapareceu.

 Caso Eliza Samudio
O goleiro Bruno Fernandes e mais sete réus foram pronunciados a júri popular no processo sobre o desaparecimento e morte de Eliza Samudio. Para a polícia, a ex-namorada do jogador foi morta em junho de 2010 na Região Metropolitana de Belo Horizonte, e o corpo nunca foi encontrado.

Após um relacionamento com o goleiro Bruno, Eliza deu à luz um menino em fevereiro de 2010. Ela alegava que o atleta era o pai da criança. Atualmente, o garoto mora com a mãe da jovem, em Mato Grosso do Sul.

Entenda as acusações
Em 19 de novembro, Bruno Fernandes e mais quatro réus serão julgados no Tribunal do Júri de Contagem. O goleiro e o amigo Luiz Henrique Romão vão a júri popular por sequestro e cárcere privado, homicídio triplamente qualificado e ocultação de cadáver. A Justiça havia atribuído as mesmas acusações a Sérgio Rosa Sales, que morreu neste ano, mas ele respondia ao processo em liberdade. Já o ex-policial Marcos Aparecido dos Santos também está preso e vai responder no júri popular por homicídio duplamente qualificado e ocultação de cadáver.

Na fase de inquérito sobre o desaparecimento e morte de Eliza, Sales e o outro primo do goleiro Bruno – Jorge Luiz Rosa – contribuíram com informações à polícia. Segundo a investigação, eles estiveram com Eliza no sítio do jogador, em Esmeraldas (MG).

Dayanne Rodrigues, ex-mulher do goleiro; Wemerson Marques, amigo do jogador, e Elenílson Vítor Silva, caseiro do sítio em Esmeraldas, respondem pelo sequestro e cárcere privado do filho de Bruno. Já Fernanda Gomes de Castro, outra ex-namorada do jogador, responde por sequestro e cárcere privado de Eliza e do filho dela. Eles foram soltos em dezembro de 2010 e respondem ao processo em liberdade. Flávio Caetano Araújo, que chegou a ser indiciado, foi inocentado.

O julgamento de Elenilson Silva e Wemerson Marques será realizado em data ainda não confirmada.

segunda-feira, 5 de novembro de 2012

Juíza do caso Eliza Samudio preside júri de Bola por morte em 2000 (Postado por Lucas Pinheiro)

 O julgamento do ex-policial Marcos Aparecido dos Santos, o Bola, está marcado para esta segunda-feira (5), às 9h, no Fórum Doutor Pedro Aleixo, em Contagem, na Região Metropolitana de Belo Horizonte. Bola é acusado de matar o carcereiro Rogério Martins Novelo, em maio de 2000, no bairro São Joaquim, em Contagem.

A sessão será presidida pela juíza Marixa Fabiane Lopes Rodrigues, da Vara do Tribunal do Júri. A magistrada também é responsável pelos julgamentos dos acusados pelo desparecimento e morte de Eliza Samudio.

No julgamento desta segunda-feira serão ouvidas cinco testemunhas de acusação e cinco de defesa. Após a oitiva, será feito o interrogatório do acusado, e, em seguida, começam os debates orais.

O ex-policial foi reconhecido por testemunhas do crime depois que a imagem dele foi veiculada em diversas emissoras de TV e em jornais pelo suposto envolvimento no desaparecimento e assassinato de Eliza Samudio, ex-namorada do goleiro Bruno.

Segundo denúncia do Ministério Público (MP), Bola teria atirado contra Novelo, que estava dentro de um veículo, em frente ao estabelecimento comercial onde trabalhava. Para o MP, o crime teria sido encomendado, já que o acusado e Novelo não se conheciam. Dados do processo revelam que Bola teria feito tocaia no local de trabalho da vítima, na tentativa de identificá-la. O ex-policial foi reconhecido pela irmã de Novelo, que presenciou o crime.