A combinação Rio São Francisco com o barco a vapor Benjamim Guimarães, a moqueca de peixe e os artesanatos pode ser encontrada apenas em um lugar do mundo: Pirapora, na Região Norte de Minas Gerais. A cidade está localizada a 347 km de Belo Horizonte e tem mais charme e beleza por causa da curvas do Velho Chico, apelido carinhoso dado ao Rio São Francisco, que corta a cidade.
Construído em 1913, nos Estados Unidos, Benjamim Guimarães navegou pelo Rio Mississipi e, por algum tempo, em afluentes da Bacia Amazônica. Em 1925, foi comprado por uma companhia têxtil de Pirapora para transportar passageiros e cargas de Pirapora à Bahia.
O barco é o único do gênero em atividade no mundo, movido a vapor de lenha, e foi tombado pelo Patrimônio Histórico e Cultural da cidade e do Brasil. Atualmente, Benjamim Guimarães pertence à Prefeitura de Pirapora e é administrado pela Empresa Municipal de Turismo (Emutur).
O barco percorre 18 quilômetros no São Francisco, aos domingos, das 10h às 13h. A bordo, os turistas têm música ao vivo ou mecânica, bar-lanchonete onde são vendidos salgados, tira-gostos, porções de feijão tropeiro, farofa de carne de sol, peixe frito e bebidas em geral. O vapor possui 12 cabines com beliches, dois refeitórios e oito banheiros – quatro masculinos e quatro femininos. Ele possui 44 metros de comprimento, oito de largura, oito de altura e três conveses. Em 2010, de acordo com a Emutur, a embarcação transportou 5.991 passageiros. Neste ano, até novembro, foram 6.657. “O Benjamim Guimarães não é apenas um transporte. Representa um fator cultural e emocional para Pirapora”, definiu o diretor-presidente da Emutur, Antônio de Souza Filho.
O atual comandante do vapor, Manoel Mariano da Cunha, de 82 anos, coordena as atividades dentro do barco há dois anos e meio, mas tem experiência de sobra. Antes de se aposentar, seu Manoel trabalhou durante 42 anos com navegação.
Atencioso, ele disse que, para chamar os passageiros, Benjamim Guimarães apita às 9h – com uma duração de aproximadamente um minuto. Quinze minutos depois, vem a segunda chamada. O terceiro e último sinal é para a embarcação partir. “Dou as boas-vindas a cada um dos passageiros que entram no vapor”.
Impecável com a farda que veio da Marinha, no Rio de Janeiro, seu Manoel explicou que há dois tipos: a de cor cáqui para os passeios dominicais, e a branca, considerada de gala para festas, aniversários, datas como natal e passeios com autoridades.
O secretário municipal de Cultura, Esporte e Lazer de Pirapora, Anselmo Luiz Rocha, disse que o maior patrimônio da cidade é o barco. “É o que mais faz a captação de turistas do mundo todo. A maior parte do turismo de lazer vem atraída pelo Benjamim", comentou Rocha.
“Pirapora é uma cidade turística que tem a origem e o desenvolvimento ligados à história de navegação do Rio São Francisco”, salientou o secretário municipal de Turismo, Alberto Trincanato. Para ele, o município tem uma população composta de pessoas de várias regiões do Brasil, principalmente do Nordeste do Brasil.
“Pirapora é chamada também de ‘Porto de Minas’. O nome ‘Pira-pore’ significa salto do peixe na linguagem dos índios cariris”, explicou. Ainda de acordo com Trincanato, o município tem 25 hotéis e cinco pousadas – o que perfaz um total de 1,3 mil leitos –, e 15 restaurantes.
Ainda segundo a Secretaria Municipal de Turismo, Pirapora recebe cerca de 250 mil visitantes por ano, entre turismo de fim de semana, de negócios e por motivos variados. “Os principais atrativos são passeios fluviais e pesca esportiva no Rio São Francisco, ecoturismo em fazendas e cachoeiras, esportes radicais como rafting, canoagem, bicicross e jet sky”, enumerou. Trincanato também destacou os projetos de fruticultura, a produção de cachaça e a Igreja de Pedra, na Barra de Guaicuí.
As festas como o carnaval, forrós, encontro nacional de motociclistas, campeonatos nacionais de pesca, festival de gastronomia e feirinhas de comida e artesanato semanais na Praça Cariris também são destaques da cidade.
A cidade ainda conta com o Centro de Convenções José Geraldo Honorato Vieira, às margens do São Francisco, no Centro da cidade. O local possui auditório climatizado com capacidade para 800 pessoas, dois salões para 200 pessoas, área de pilotis e estacionamento onde também são feitos eventos de negócios.
Atrativos turísticos
A Ponte Marechal Hermes, inaugurada em novembro de 1922, é um cartão-postal, com 694 metros de extensão e liga a cidade de Pirapora a Buritizeiro. Com estilo rústico, tem toda a estrutura em aço e laterais com piso em madeira e trilhos na parte central.
A estrutura foi fabricada na Bélgica e, até o fim da década de 1960, foi utilizada pela Rede Ferroviária Federal para armazenamento de grãos, algodão, produtos manufaturados, querosene e outros produtos agrícolas que, posteriormente, eram enviados para o Sul e o Sudeste do Brasil. A ponte, a primeira construída sobre o Rio São Francisco, proporciona ao visitante uma vista ampla do Velho Chico.
O Balneário das Duchas, a Ilha do Peixe e a Praia do Areão ficam localizados no Centro de Pirapora e proporcionam aos turistas um refrescante banho nas águas do Velho Chico. Ao longo das avenidas Beira-Rio, Salmeron e São Francisco há bares e restaurantes.
A Casa dos Carranqueiros apresenta o verdadeiro artesanato de carrancas e santos, além da réplica do vapor Benjamim Guimarães. Há também os trabalhos feitos com palha, materiais recicláveis, crochê, argila, barro, pano e pinturas.
O Complexo Arquitetônico da Estação Ferroviária e a biblioteca pública são pontos turísticos de grande beleza porque tem a arquitetura original preservada. A Praça dos Cariris é a principal da cidade onde são realizadas diversas manifestações culturais.
No Mercado Municipal, o turista encontra frutas, verduras, queijo caseiro, frango e ovos caipiras trazidos pelos produtores rurais. Há também as tradicionais raízes medicinais, temperos diversos e peixes frescos como dourado, surubim, curumatã e pacamã.
Pirapora se tornou nacionalmente conhecida pelo carnaval com grandes atrações, trios elétricos, carnaval de rua com desfile de escolas de samba, blocos carnavalescos e caricatos.
Turistas
A pedagoga Pithu Cunha, de 47 anos, mora em Januária, na Região Norte de Minas Gerais, e em 2010 viajou a Pirapora com um grupo de 35 alunos. Ela disse que o turismo em Pirapora melhorou muito na última década e ela destacou ainda a hospitalidade dos piraporenses e a gastronomia.
Pithu disse que o objetivo do passeio foi de estudar história, geografia e literatura in loco. “Conhecer a parte navegável do Rio São Francisco foi muito agradável a bordo do Benjamim Guimarães. Os meninos não imaginavam o tamanho do barco e também ficaram encantados com o som do apito. Os alunos voltaram com uma bagagem histórico-cultural muito grande”, elogiou.
Pithu disse também que a trilha feita com os estudantes foi uma oportunidade para eles conhecerem a vegetação e nascentes de rios. A culinária, ainda de acordo com ela, também é muito saborosa. “Comi um peixe maravilhoso”, destacou.
O diretor-geral Helder Soares Veloso, de 40 anos, também tem boas memórias do turismo de Pirapora. Em novembro passado fez vários passeios pela cidade, mas disse ter sido inesquecível navegar pelo Rio São Francisco no Benjamim Guimarães. “Primeiro por causa das histórias contadas no decorrer da viagem, a música ao vivo, os serviços de bordo. Quem fez não se esquece e quer voltar”, contou Veloso.
O diretor administrativo André Luiz Lopes de Oliveira, de 30 anos, também fez o passeio e não poupou elogios. “A gente volta ao passado, como se estivéssemos no túnel do tempo”.
História
O distrito de Pirapora foi criado em 3 de abril de 1847. Em 14 de maio de 1853, o local foi anexado ao distrito de Curvelo com o nome de São Gonçalo de Pirapora e, naquela época, tinha uma população de 70 pessoas morando em 15 casas cobertas de capim ou palha de coqueiro.
Em 30 de agosto de 1911, uma lei estadual criou a cidade de Pirapora e, em 1o de junho de 1912, foi instalado oficialmente o município – data em que é comemorado o aniversário.
Culinária
Um dos pratos tradicionais da região é a moqueca de peixe. Aprenda a receita abaixo.
Moqueca de surubim à moda Pirapora
Ingredientes (rende para 4 pessoas)
5 pedaços de peixe
1 cebola grande
1 pimentão
1 tomate
½ colher de colorau
2 colheres de leite de coco
3 colheres de extrato de tomate
Alho com sal
Cebolinha com salsa, a gosto
Óleo para refogar
Preparo
Refogue a cebola, o pimentão e o tomate em uma panela com óleo. Acrescente o tempero, o coloral, o leite de coco e coloque um litro de água. Deixe ferver até derreter os ingredientes e então coloque o peixe. O cozimento é rápido, cerca de dez minutos.
Agora, prepare o pirão, usando parte do molho da moqueca. Coloque um pedaço de peixe, junte um pouco mais de água e farinha de mandioca. Misture bem.
Construído em 1913, nos Estados Unidos, Benjamim Guimarães navegou pelo Rio Mississipi e, por algum tempo, em afluentes da Bacia Amazônica. Em 1925, foi comprado por uma companhia têxtil de Pirapora para transportar passageiros e cargas de Pirapora à Bahia.
O barco é o único do gênero em atividade no mundo, movido a vapor de lenha, e foi tombado pelo Patrimônio Histórico e Cultural da cidade e do Brasil. Atualmente, Benjamim Guimarães pertence à Prefeitura de Pirapora e é administrado pela Empresa Municipal de Turismo (Emutur).
O barco percorre 18 quilômetros no São Francisco, aos domingos, das 10h às 13h. A bordo, os turistas têm música ao vivo ou mecânica, bar-lanchonete onde são vendidos salgados, tira-gostos, porções de feijão tropeiro, farofa de carne de sol, peixe frito e bebidas em geral. O vapor possui 12 cabines com beliches, dois refeitórios e oito banheiros – quatro masculinos e quatro femininos. Ele possui 44 metros de comprimento, oito de largura, oito de altura e três conveses. Em 2010, de acordo com a Emutur, a embarcação transportou 5.991 passageiros. Neste ano, até novembro, foram 6.657. “O Benjamim Guimarães não é apenas um transporte. Representa um fator cultural e emocional para Pirapora”, definiu o diretor-presidente da Emutur, Antônio de Souza Filho.
O atual comandante do vapor, Manoel Mariano da Cunha, de 82 anos, coordena as atividades dentro do barco há dois anos e meio, mas tem experiência de sobra. Antes de se aposentar, seu Manoel trabalhou durante 42 anos com navegação.
Atencioso, ele disse que, para chamar os passageiros, Benjamim Guimarães apita às 9h – com uma duração de aproximadamente um minuto. Quinze minutos depois, vem a segunda chamada. O terceiro e último sinal é para a embarcação partir. “Dou as boas-vindas a cada um dos passageiros que entram no vapor”.
Impecável com a farda que veio da Marinha, no Rio de Janeiro, seu Manoel explicou que há dois tipos: a de cor cáqui para os passeios dominicais, e a branca, considerada de gala para festas, aniversários, datas como natal e passeios com autoridades.
O secretário municipal de Cultura, Esporte e Lazer de Pirapora, Anselmo Luiz Rocha, disse que o maior patrimônio da cidade é o barco. “É o que mais faz a captação de turistas do mundo todo. A maior parte do turismo de lazer vem atraída pelo Benjamim", comentou Rocha.
“Pirapora é uma cidade turística que tem a origem e o desenvolvimento ligados à história de navegação do Rio São Francisco”, salientou o secretário municipal de Turismo, Alberto Trincanato. Para ele, o município tem uma população composta de pessoas de várias regiões do Brasil, principalmente do Nordeste do Brasil.
“Pirapora é chamada também de ‘Porto de Minas’. O nome ‘Pira-pore’ significa salto do peixe na linguagem dos índios cariris”, explicou. Ainda de acordo com Trincanato, o município tem 25 hotéis e cinco pousadas – o que perfaz um total de 1,3 mil leitos –, e 15 restaurantes.
Ainda segundo a Secretaria Municipal de Turismo, Pirapora recebe cerca de 250 mil visitantes por ano, entre turismo de fim de semana, de negócios e por motivos variados. “Os principais atrativos são passeios fluviais e pesca esportiva no Rio São Francisco, ecoturismo em fazendas e cachoeiras, esportes radicais como rafting, canoagem, bicicross e jet sky”, enumerou. Trincanato também destacou os projetos de fruticultura, a produção de cachaça e a Igreja de Pedra, na Barra de Guaicuí.
As festas como o carnaval, forrós, encontro nacional de motociclistas, campeonatos nacionais de pesca, festival de gastronomia e feirinhas de comida e artesanato semanais na Praça Cariris também são destaques da cidade.
A cidade ainda conta com o Centro de Convenções José Geraldo Honorato Vieira, às margens do São Francisco, no Centro da cidade. O local possui auditório climatizado com capacidade para 800 pessoas, dois salões para 200 pessoas, área de pilotis e estacionamento onde também são feitos eventos de negócios.
Atrativos turísticos
A Ponte Marechal Hermes, inaugurada em novembro de 1922, é um cartão-postal, com 694 metros de extensão e liga a cidade de Pirapora a Buritizeiro. Com estilo rústico, tem toda a estrutura em aço e laterais com piso em madeira e trilhos na parte central.
A estrutura foi fabricada na Bélgica e, até o fim da década de 1960, foi utilizada pela Rede Ferroviária Federal para armazenamento de grãos, algodão, produtos manufaturados, querosene e outros produtos agrícolas que, posteriormente, eram enviados para o Sul e o Sudeste do Brasil. A ponte, a primeira construída sobre o Rio São Francisco, proporciona ao visitante uma vista ampla do Velho Chico.
O Balneário das Duchas, a Ilha do Peixe e a Praia do Areão ficam localizados no Centro de Pirapora e proporcionam aos turistas um refrescante banho nas águas do Velho Chico. Ao longo das avenidas Beira-Rio, Salmeron e São Francisco há bares e restaurantes.
A Casa dos Carranqueiros apresenta o verdadeiro artesanato de carrancas e santos, além da réplica do vapor Benjamim Guimarães. Há também os trabalhos feitos com palha, materiais recicláveis, crochê, argila, barro, pano e pinturas.
O Complexo Arquitetônico da Estação Ferroviária e a biblioteca pública são pontos turísticos de grande beleza porque tem a arquitetura original preservada. A Praça dos Cariris é a principal da cidade onde são realizadas diversas manifestações culturais.
No Mercado Municipal, o turista encontra frutas, verduras, queijo caseiro, frango e ovos caipiras trazidos pelos produtores rurais. Há também as tradicionais raízes medicinais, temperos diversos e peixes frescos como dourado, surubim, curumatã e pacamã.
Pirapora se tornou nacionalmente conhecida pelo carnaval com grandes atrações, trios elétricos, carnaval de rua com desfile de escolas de samba, blocos carnavalescos e caricatos.
Turistas
A pedagoga Pithu Cunha, de 47 anos, mora em Januária, na Região Norte de Minas Gerais, e em 2010 viajou a Pirapora com um grupo de 35 alunos. Ela disse que o turismo em Pirapora melhorou muito na última década e ela destacou ainda a hospitalidade dos piraporenses e a gastronomia.
Pithu disse que o objetivo do passeio foi de estudar história, geografia e literatura in loco. “Conhecer a parte navegável do Rio São Francisco foi muito agradável a bordo do Benjamim Guimarães. Os meninos não imaginavam o tamanho do barco e também ficaram encantados com o som do apito. Os alunos voltaram com uma bagagem histórico-cultural muito grande”, elogiou.
Pithu disse também que a trilha feita com os estudantes foi uma oportunidade para eles conhecerem a vegetação e nascentes de rios. A culinária, ainda de acordo com ela, também é muito saborosa. “Comi um peixe maravilhoso”, destacou.
O diretor-geral Helder Soares Veloso, de 40 anos, também tem boas memórias do turismo de Pirapora. Em novembro passado fez vários passeios pela cidade, mas disse ter sido inesquecível navegar pelo Rio São Francisco no Benjamim Guimarães. “Primeiro por causa das histórias contadas no decorrer da viagem, a música ao vivo, os serviços de bordo. Quem fez não se esquece e quer voltar”, contou Veloso.
O diretor administrativo André Luiz Lopes de Oliveira, de 30 anos, também fez o passeio e não poupou elogios. “A gente volta ao passado, como se estivéssemos no túnel do tempo”.
História
O distrito de Pirapora foi criado em 3 de abril de 1847. Em 14 de maio de 1853, o local foi anexado ao distrito de Curvelo com o nome de São Gonçalo de Pirapora e, naquela época, tinha uma população de 70 pessoas morando em 15 casas cobertas de capim ou palha de coqueiro.
Em 30 de agosto de 1911, uma lei estadual criou a cidade de Pirapora e, em 1o de junho de 1912, foi instalado oficialmente o município – data em que é comemorado o aniversário.
Culinária
Um dos pratos tradicionais da região é a moqueca de peixe. Aprenda a receita abaixo.
Moqueca de surubim à moda Pirapora
Ingredientes (rende para 4 pessoas)
5 pedaços de peixe
1 cebola grande
1 pimentão
1 tomate
½ colher de colorau
2 colheres de leite de coco
3 colheres de extrato de tomate
Alho com sal
Cebolinha com salsa, a gosto
Óleo para refogar
Preparo
Refogue a cebola, o pimentão e o tomate em uma panela com óleo. Acrescente o tempero, o coloral, o leite de coco e coloque um litro de água. Deixe ferver até derreter os ingredientes e então coloque o peixe. O cozimento é rápido, cerca de dez minutos.
Agora, prepare o pirão, usando parte do molho da moqueca. Coloque um pedaço de peixe, junte um pouco mais de água e farinha de mandioca. Misture bem.
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