terça-feira, 25 de maio de 2010

Aécio Neves:‘Minha prioridade continua sendo Minas’


Ex-governador mineiro deve encontrar Serra segunda-feira



Marcello Casal/ABr



Depois de uma ausência de 26 dias, Aécio Neves retorna nesta terça (25) da viagem de descanso que fez ao exterior.



Chega com o mesmo discurso que exibia antes de submergir: “Minha prioridade continua sendo Minas”, disse, em diálogo telefônico de 48 horas atrás.



As cúpulas do PSDB e do DEM pressionam Aécio a aceitar a posição de vice na chapa de José Serra. Ele até admite discutir a ideia. Porém...



Porém, afirma que não lhe foi apresentado, por ora, argumento capaz de convencê-lo a trocar a candidatura ao Senado pela posição de segundo de Serra.



O assédio a Aécio, que já era intenso, aumentou depois que o Datafolha revelou que Dilma Rousseff empatou com Serra na casa dos 37%.



Líderes oposicionistas que trocaram telefonemas com Aécio na fase de repouso recolheram a impressão de que ele evoluía em direção à vice. Não é bem assim.



Vai abaixo um resumo do que declarou Aécio nos diálogos que manteve com o Brasil nas últimas horas:



1. Acha que sua conversão em vice de Serra geraria um estrépito cujos efeitos seriam mais midiáticos do que práticos.



2. Imagina que frequentaria as manchetes por uma semana. Mas o estrondo não resultaria na subida instantânea de Serra nas pesquisas.



3. Supondo que transferisse 20% dos votos que lhe são fiéis em Minas, Aécio agregaria, em âmbito nacional, algo como dois pontos percentuais na conta de Serra.



4. Ou seja, as pesquisas se moveriam, num primeiro momento, dentro da margem de erro dos institutos.



5. Aécio acha que, bem avaliado como é, está como que condenado a eleger o seu sucessor em Minas. Sob pena de emergir das urnas de 2010 com cara de derrotado.



6. Vem daí a decisão de priorizar Minas Gerais. Para complicar, o candidato de Aécio, Antonio Anastasia, patina nas pesquisas.



7. Vice de Aécio, Anastasia herdou a cadeira de governador. A despeito disso, é desconhecido por cerca de 40% do eleitorado mineiro.



8. No embate direto com Hélio Costa, o candidato do PMDB, Anastasia amealha nas pesquisas entre 16% e 17%, contra mais de 50% de seu rival.



9. Embora Aécio evite usar o termo, Anastasia é, em Minas, um candidato-poste. No papel de cabo eleitoral, o ex-governador se auto-atribui a tarefa de eletrificá-lo.



10. Aécio antevê uma campanha difícil. A mais dura que o PSDB já enfrentou no Estado. Prevê que PMDB e PT irão às urnas num mesmo palanque.



11. Mais e pior: decidido a eleger Dilma, Lula será frequentador assíduo do palanque mineiro. Ou seja, Aécio terá de jogar o seu prestígio pessoal contra o de Lula.



12. Diante desse quadro, Aécio intui que as evidências o aconselham a manter os pés fincados em Minas.



13. O tucanato federal contrapõe o argumento de que, como vice, levado à vitrine nacional, Aécio reuniria melhores condições de catapultar Anastasia.



14. Aécio descrê dessa fórmula. Diz que, por ora, não foi à mesa argumento capaz de convencê-lo de que, distanciando-se de Minas, terá melhor sorte.



15. Em timbre irônico, o grão-duque do tucanato mineiro chega mesmo a dizer que, se o partido o considerasse tão relevante, seria o presidenciável, não o vice.



16. Aécio acha que, voltando-se para Minas, ajuda mais à campanha de Serra. Receia que o eleitorado do Estado interprete sua assunção à vice como uma capitulação.



17. Por todas essas razões, Aécio admite conversar. Mas condiciona uma mudança de posição ao surgimento de elementos convincentes.



18. Atribui a ansiedade à ascensão de Dilma. Diz que há problemas na campanha de Serra que não estão relacionados à escolha do vice. Não os explicitou.



19. Nesta quarta (26), Aécio retoma, com atraso, a agenda de eventos destinados a associar a imagem do “poste” Anastasia à sua.



20. Não há, por enquanto, reuniões agendadas com as lideranças nacionais da oposição.



21. Mantido o calendário atual, Aécio só deve encontrar Serra num evento marcado para a próxima segunda (31), em Uberaba.



22. Aécio chega disposto a dialogar. Mas uma mudança de posição depende do surgimento de argumentos que lhe pareçam convincentes.



- Siga o blog no twitter.

Escrito por Josias de Souza às 05h30

domingo, 16 de maio de 2010

Militância do PT não vai a primeiro encontro com Hélio Costa

PAULO PEIXOTO
da Agência Folha, em Belo Horizonte

No primeiro deslocamento da Caravana por Minas --ação idealizada para fortalecer o palanque único da presidenciável Dilma Rousseff (PT) em Minas Gerais--, realizado hoje em Juiz de Fora, a militância do PT municipal e de cidades da Zona da Mata não compareceu ao encontro regional com o PMDB do senador Hélio Costa, pré-candidato ao governo de Minas.

Faltou até mesmo o ex-prefeito petista Fernando Pimentel, cuja ausência foi justificada com um chamado de Brasília em cima da hora.

A ideia da Caravana por Minas é fortalecer pelo Estado a aliança que sustentará o palanque único de Dilma Rousseff, pré-candidata do PT à Presidência, no segundo colégio eleitoral do país, com 14,2 milhões de eleitores.

A preocupação principal está sendo quebrar a resistência dos petistas a Costa, que lidera as pesquisas de intenção de votos e é o preferido do presidente Lula para concorrer ao governo de Minas, devendo Pimentel disputar o Senado.

No evento ocorrido em um ginásio esportivo da cidade, encerrado no começo da tarde, Pimentel estava sendo esperado até que, do palanque, foi anunciado que ele estava em Brasília cuidando da campanha de Dilma, da qual é um dos principais coordenadores.

Os petistas no palanque eram apenas quatro líderes do PT local e os deputados federais Miguel Correa Jr. e Reginaldo Lopes --este presidente do PT-MG. Os dois deputados são do grupo de Pimentel dentro do PT mineiro.

Ninguém do grupo de interlocução do ex-ministro petista Patrus Ananias --nem ele próprio-- compareceu. Integram a caravana líderes políticos do PMDB, PT, PC do B, PR e PRB. No começo de junho o nome de Costa deve ser confirmado por esses partidos como o candidato único da aliança pró-Dilma.

Para tentar tirar a militância do PT de casa e envolvê-la na sua campanha, Costa começou a fazer críticas públicas à gestão do PSDB no Estado, que teve início com Aécio Neves --que concorrerá ao Senado-- e continua desde março último com o governador Antonio Anastasia, que tentará a reeleição.

segunda-feira, 10 de maio de 2010

O DEM não indicará o vice de Serra: a vaga está entre Itamar Franco (PPS) e o senador Francisco Dornelles (PP)

O título destas postagem é a transcrição do último parágrafo do Resumo de Notícias do Jornal do Brasil, publicado hoje, cujo teor é o seguinte:

"Manchete: "Não vejo como o PT perder a eleição"

Em entrevista ao jornal espanhol El País, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi categórico quanto ao que espera das eleições.

"Ganhe quem ganhar, ninguém fará disparate. O povo quer seguir caminhando e não voltar para trás.

Mas não vejo a possibilidade de perdemos", afirmou, rejeitando um "lulismo" quanto ao mérito numa eventual vitória de Dilma Rousseff (PT).

O ex-presidente Fernando Collor disputará o governo de Alagoas e vai apoiar Dilma, embora o PTB esteja com o candidato do PSDB, José Serra.

O DEM não indicará o vice de Serra: a vaga está entre Itamar Franco (PPS) e o senador Francisco Dornelles (PP).

(págs. 1, País e Informe JB A4)

A noticia correspondente ao título desta postagem confirma a hipótese, formulada por este blogueiro, em absoluta primeira mão, há mais de seis meses, como comprova nosso comentário, publicado no Blog "A GARRAFA: Jornal online em Lambari (Painel do Paim)", na segunda-feira, 26 de outubro de 2009. sob título:

EX-PRESIDENTE ITAMAR FRANCO NÃO É "CARTA FORA DO BARALHO SUCESSÓRIO", como se comprova, ao acessar a postagem original, através do seguinte LINJK:

http://agarrafalambari.blogspot.com/2009/10/ex-presidente-itamar-franco-nao-e-carta.html

e que se acha transcrita a seguir:

Edson Paim escreveu:



Como na lenda do Fenix, pássaro mitológico do Egito, na antiguidade clássica, segundo relatos de Heródoto e Plutarco, resurgia das suas próprias cinzas, Itamar Franco que, como vice de Collor foi guindado à Presidência da República, agora, reaparece repentinamente, como vice-presidente do PPS e defensor da candidatura de Aécio Neves, Governador de Minas e neto de Tancredo Neves, para complicar, mais ainda, o jogo sucessório presidencial.

Três partidos que disputam, hoje, o espólio da UDN: o PPS (ex-Partido Comunista Brasileiro - PCB) e que forma com o DEM a ala direita da política brasileira, tendo ao seu lado, o PSDB (pseudo democracia social brasileira), capitaneado pelo neo-liberal FHC, acrescidos do PMDB de alguns estados, os quais farão, nas próximas eleições, o contraponto ao bloco governista, constituído por um elenco de partidos, tendo à frente o PT e o PMDB "chapa branca", possuindo uma candidata oficial, a ministra Dilma Roussef e um candidato "estepe", Ciro Gomes, destinado a ser a "tábua de salvação", no caso de Dilma não decolar.

Neste cenário, surge uma "trinca" de atores: Itamar Franco, Aécio Neves e o ex-deputado federal Roberto Freire (PE) que foi reconduzido à Presidência do PPS, os quais representam três importantes "trunfos" que poderão ter atuação decisiva na definição do quadro sucessório, tanto mais que Itamar que apoia e aposta na candidatura de Aécio, mas é um possível candidato a Vice-Presidente, na chapa de José Serra, o que seria inviável no caso da candidatura de Aécio, por serem ambos do mesmo estado - Minas Gerais e, pelo mesmo motivo, Michel Temer ou Orestes Quércia não poderiam ser vice de Serra.

Se política é como nuvens, como já dizia Benedito Valadores, uma "raposa felpuda", da maior escola de política que o país ja teve, o PSD mineiro, a coisa se complica quando entra em cena o ex-prefeito de Juiz de Fora, ex-governador do estado montanhês e ex-Presidente da República, Itamar Franco, tradicional militante da UDN mineira e principal responsável pela candidatura de FHC, que ao introduzir e se beneficiar do casuismo do segundo mandato, frustrou a candidatura de Itamar, motivo pelo qual ele pode se transformar numa "pedra no sapato" de José Serra, o principal pupilo do criador do segundo mandato, a menos que venha a ser guindado como companheiro de chapa do governador de São Paulo.

Como o DEM não reivindica a vice na chapa da oposição, aumenta a chance do PPS, de Roberto Freire, "emplacar" Itamar Franco, nessa vaga, reditando a política "café com leite", formada pelos dois maiores colégios eleitorais da federação, vigente antes da revolução de 1930, complicando, assim, a vida de Lula e de sua pupila Dilma e, forçando o presidente e a banda governista do PMDB a lançar, como vice, o Ministro das Comunicações, Hélio Costa, do PMDB mineiro, em detrimento da candidatura do paulista, Michel Temer, até agora, considerada como a mais provável.

Pior que isto, para a candidata situacionista, só mesmo se, diante da indecisão de Serra, prevalecer o lançamento de Aécio Neves, mais competitivo que o governador paulista e representando o "novo", sem o estigma de perdedor e sem os "ranços" de continuismo da era FHC, impedindo, destarte, uma disputa plebiscitária como é desejo do patrocinador da candidatura da Ministra Dilma.


http://agarrafalambari.blogspot.com/2009/10/ex-presidente-itamar-franco-nao-e-carta.html

domingo, 9 de maio de 2010

Representante mineira, Débora Lyra é eleita Miss Brasil 2010


do BOL
Do UOL Tabloide


* Flávio Florido/UOL

Débora Lyra recebe a coroa de Larissa Costa

Éééééé de Minas Gerais! Débora Lyra, a representante mineira, foi eleita a Miss Brasil 2010, em concurso realizado na noite deste sábado no Memorial da América Latina, em São Paulo. Ela ainda venceu o prêmio de Melhor Traje Típico, o primeiro a ser entregue na noite. Em segundo lugar ficou a Miss Amazonas, seguida pelas misses Paraná (terceira colocada), Distrito Federal (quarta) e Paraíba (quinta).

Esta foi a oitava vez que a coroa de Miss Brasil vai para Minas Gerais. O Estado campeão segue sendo o Rio Grande do Sul, com dez conquistas, seguido por Rio, São Paulo e, agora, Minas, todos com oito.

A segunda etapa da noite, logo depois do prêmio de trajes típicos, foi uma das favoritas do público masculino em geral (e do Editor do UOL Tabloide em particular): o desfile de biquínis. As 27 representantes da beleza nacional desfialram em biquínis veremelhos - e ao som de sucessos do inesquecível Tim Maia. Na sequência, ninguém menos que o filho de Tim, Leo Maia, subiu ao pouco e cantou, na privilegiada condição de um cantor cercado por 27 misses.

O terceiro "tempo" do concurso teve a entrega do prêmio de Miss Simpatia. À parte o filme com a Sandra Bullock, Miss Simpatia é o prêmio em que as próprias misses votam entre si... Vence, claro, a mais bacana, gente fina, simpática... E a vencedora deste ano foi Nayane Pacheco, a Miss Sergipe!
MAIS DO MISS BRASIL 2010

Na sequência do prêmio de Miss Simpatia, foram anunciadas as 15 classificadas: Amazonas, Bahia, Distrito Federal, Espírito Santo (eleita pelo voto popular), Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Pará, Paraíba, Paraná, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, a anfitriã São Paulo, a simpática Sergipe (afinal, é a Miss Simpatia!) e Tocantins.

As 15 competidoras desfilaram então em traje de gala, sendo mais uma vez apresentadas a um grupo de jurados composto por, entre outros, a atual Miss Universo, a venezuelana Stefania Fernandez, e o ex-jogador de futebol e eterno craque Edmundo.

Depois, as 15 beldades voltaram à passarela, mas em trajes casuais - e em um desfile para lá de colorido. E por falar em cor e beleza, Stefania Fernandez deixou o lado de jurada e desfilou um pouco da sua beleza de Miss Universo, para alegria do público, dos jurados e, por que não dizer?, do Editor do UOL Tabloide.

Dessas 15, 10 misses seguiram adiante: Amazonas, Distrito Federal, Mato Grosso, Minas Gerais, Paraíba, Paraná, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Sergipe e Tocantins. Elas mal tiveram tempo de comemorar a classificação e já tiveram de voltar para desfilar em trajes de banho.

Antes de serem anunciadas as dez finalistas, a potiguar Larissa Costa, Miss Brasil 2009, fez seu último desfile como detentora do título de a mais linda do país.

O anúncio das cinco finalistas revelou uma curiosa surpresa: foram selecionadas uma miss de cada região do Brasil. Do Norte, a Amazonas; do Centro-Oeste, a Distrito Federal; do Sudeste, Minas Gerais; do Nordeste, Paraíba; e do Sul, Paraná.

As cinco belíssimas foram submetidas às tradicionais perguntas-surpresas dos concursos de beleza e, enquanto os jurados davam as notas, o cantor Latino fez a última apresentação musical da noite.

sábado, 8 de maio de 2010

Hélio Costa diz que crítica de Marina ao PMDB é bobagem

Rayder Bragon
Especial para o UOL Eleições
Em Belo Horizonte

O pré-candidato do PMDB ao governo de Minas Gerais, o ex-ministro Hélio Costa, rebateu duramente declaração da senadora licenciada Marina Silva, pré-candidata do PV à sucessão presidencial, que disse ontem em Belo Horizonte ser o PT refém da “pior parte do PMDB”, situação considerada análoga por ela à do PSDB com o DEM.

“Todo mundo tem o direito de falar uma bobagem pelo menos uma vez por semana. Ela usou Belo Horizonte para falar a bobagem dela”, disparou Hélio Costa após encontro no final da tarde desta sexta-feira (7) com o prefeito da capital mineira, Marcio Lacerda (PSB), que recebeu o peemedebista para lhe apresentar projeto de transporte viário na cidade.

O ex-ministro defendeu o seu partido ao afirmar que a legenda “só pode ser lembrada pelos homens que fizeram a história desse país, que fizeram a história desse regime democrático”.

Costa admitiu que todas as legendas têm “lado ruim”. Mas em seguida disse o que considera reprovável no partido da pré-candidata. "O partido da Marina tem um lado muito ruim, que prejudica o desenvolvimento nacional, que atrapalha todos aqueles que estão construindo pela comunidade”, disse.

Sucessão estadual

Hélio Costa também falou sobre o entendimento que tenta com o ex-prefeito de Belo Horizonte Fernando Pimentel, pré-candidato do PT ao governo estadual. Costa, cujo partido defende pesquisas eleitorais para indicar o cabeça de chapa da base aliada de Lula em Minas Gerais, admitiu que novos quesitos poderão influenciar a decisão.

Nesta semana, integrantes das cúpulas nacionais de PT e PMDB fecharam acordo sobre palanque único no Estado e definiram o dia 6 de junho como data final para o anúncio do nome majoritário que vai disputar a sucessão local. O presidente Lula teria batido o martelo em favor de Costa para não melindrar apoio peemedebista à pré-candidata petista.

“A avaliação de candidatos tem de seguir uma séria de conceitos, um deles é a pesquisa. Acho que estamos no caminho certo, estamos avaliando as pesquisas qualitativas e as quantitativas, avaliando as nossas lideranças em todas as regiões de Minas Gerais. Não é tão simples dizer: fulano está à frente das pesquisas, ele deve ser o candidato”, afirmou.

O ex-ministro revelou que equipes tanto do PT quanto do PMDB estão sendo montadas para já trabalhar no programa de governo e no roteiro de viagens pelo Estado. “Estamos nos entendendo, estamos conversando, estamos chegando a um entendimento muito bom e vamos ter todos os partidos da base aliada no mesmo palanque, junto com a (ex)-ministra Dilma (Rousseff)”, disse.

segunda-feira, 3 de maio de 2010

Apuração parcial do PT coloca Pimentel à frente de Patrus

Petistas foram para as urnas ontem defendendo a candidatura própria

Matheus Jasper
Especial para O Tempo

O PT realizou, ontem, as prévias para escolha do candidato ao governo do Estado. No último boletim divulgado ontem pelo partido, com 38,6% dos votos apurados (233 municípios, incluindo a capital), o ex-prefeito Fernando Pimentel obteve 52,4% dos votos (6.889) e o ex-ministro Patrus Ananias, 47,6% (6.269). O comparecimento dos militantes foi considerado baixo. Em Belo Horizonte, por exemplo, o colégio eleitoral é de 11.280 votantes, mas compareceram às urnas 3.636 pessoas (aproximadamente um terço).

As prévias foram marcadas pela defesa da candidatura própria. É que o PT em Minas sofre às pressões das cúpulas nacionais do próprio partido e do PMDB para que a base aliada do presidente Luiz Inácio Lula da Silva tenha candidato único no Estado, o que significa que ainda deve ter, entre o vencedor das prévias e o PMDB, que tem o senador Hélio Costa como pré-candidato, uma outra negociação.

Ontem, o secretário geral da Presidência, Luiz Dulci (PT), negou que o nome do senador Hélio Costa seja o defendido por Lula para a cabeça de chapa. "Eu não vi essa declaração do presidente Lula. As informações são de terceiros que, muitas vezes, estão interessados nisso. Falam não aquilo que o presidente pensa, mas aquilo que eles próprios querem que aconteça", afirmou Dulci.

Patrus Ananias rechaçou a possibilidade de a eleição em Minas ser usada como moeda de troca para a assegurar o acordo nacional entre PT e PMDB em torno do apoio a pré-candidata petista à Presidência, Dilma Rousseff. "Na história do Brasil e na história do PT, Minas Gerais nunca foi tratado como moeda de troca. Eu não tenho conhecimento de nenhuma decisão já tomada. Qualquer acordo a ser feito terá que ter a participação efetiva da militância do PT", afirmou.

Já Pimentel foi enfático ao afirmar que Dilma terá apenas um palanque em Minas. Mas, ele deixou claro também que ainda não foi resolvido qual das duas siglas terá a cabeça de chapa.

Escolha
Critérios. Luiz Dulci defendeu que as pesquisas não devem ser o único aspecto para escolha do candidato da base: "Quando Patrus foi eleito prefeito com 60%, no início, ele tinha 2% das intenções do voto".

À disposição

O deputado federal Virgílio Guimarães (PT) afirmou ontem, durante a votação das prévias, que o partido trabalha com a tese da candidatura única objetivando ganhar a eleição já no primeiro turno. “O acordo do palanque único é a nossa posição. Nós não aceitamos a ideia, que beneficia demais o Palácio da Liberdade, de eleições em dois turnos. A nossa matéria-prima é o tempo, e o tempo é nosso. Vamos ter um palanque único para ter a vitória em primeiro turno”, afirmou.

Apesar de defender que uma possível aliança com o PMDB seja encabeçada por um candidato a governador do PT, Virgílio não descartou a chance de ser o vice de Hélio Costa. “Meu nome está disponível para qualquer eventualidade. Mas, nesse momento, o meu nome está inscrito para a disputa ao Senado e eu poderia, inclusive, para ajudar na unidade, não ser candidato a nada”, afirmou Virgílio.

O petista garantiu não querer mais disputar uma vaga como deputado federal. (MJ)

Esvaziamento

Como já era esperado pelos próprios pré-candidatos, as prévias do PT não mobilizaram muitos militantes. Pela manhã, na sede municipal do partido em Belo Horizonte, alguns chegaram a estranhar a pequena movimentação. “Não é aqui a votação da (região) Centro-Sul? Estou sentido o pessoal desanimado”, afirmou uma das militantes.

O pleito aconteceu com um clima respeitoso entre os candidatos e com tranquilidade nas zonas de votação. Ontem, o presidente do PT mineiro, deputado Reginaldo Lopes, disse que o ideal seria que as prévias não acontecessem, mas ele acredita que elas agora construirão a unidade do partido no Estado.

“Eu acho que a prévia, como diz o meu presidente (do PT) José Eduardo Dutra, é um final horroroso, mas é preferível do que um horror sem fim. A gente poderia ter construído, desde o ano passado, uma maioria política, em que o candidato sairia muito fortalecido para a tese do palanque único. Mas preservamos e garantimos a democracia interna com o último instrumento para garantir a união, que são as prévias. E, a partir de amanhã (hoje), já teremos candidato”, afirmou.

A apuração dos votos termina ainda hoje por volta das 14h. Uma coletiva está marcada para as 18h, quando deve ser anunciado oficialmente o nome do vencedor. (MJ)
Publicado em: 03/05/2010

domingo, 2 de maio de 2010

Adversários em Minas, Pimentel e Patrus já falam em acordo

da Folha Online

A despeito de não terem chegado a um acordo para evitar as prévias para a escolha do candidato do PT ao governo de Minas, tanto o ex-prefeito de Belo Horizonte Fernando Pimentel, 59, quanto o ex-ministro do Desenvolvimento Social Patrus Ananias, 58, afirmam que firmarão um entendimento tão logo se encerre a disputa, vença quem vencer.

Eles admitem negociar com o PMDB, que condiciona a aliança em torno da candidatura de Dilma Rousseff (PT) à Presidência ao apoio ao ex-ministro Hélio Costa em Minas--, mas defendem que o petista que vencer a prévia hoje deve encabeçar a chapa.

Pimentel afirmou que o PT perdeu tempo com a disputa interna para a escolha do candidato ao governo de Minas Gerais. Porém considerou a prévia necessária, pois o Estado tem dois nomes qualificados, e negou que a disputa enfraqueça a candidatura presidencial de Dilma Rousseff.

Já Patrus afirmou que a campanha de Dilma é a prioridade, mas, como não é algo 'abstrato', precisa da mediação dos petistas de Minas Gerais. O petista afirmou também desconhecer a insatisfação do presidente Lula com o PT mineiro.

Leia a seguir entrevistas concedidas pelos dois à Folha na última sexta-feira.

Folha - Por que não houve acordo com o ex-ministro Patrus Ananias, e o PT de Minas vai para as prévias?

Fernando Pimentel - Essa pergunta tem que ser respondida pelo Patrus, porque ele é quem recusou. Perseguimos o acordo, trabalhamos com a ideia o tempo de todo de ter composição interna. Infelizmente, não foi possível porque o nosso oponente não aceitou.

Folha - Ao criar a disputa, o PT de Minas não põe em segundo plano a candidatura presidencial de Dilma Rousseff, motivo da insatisfação do presidente Lula com essa situação?

Pimentel - Há uma realidade regional que não pode ser ignorada. Nós temos em Minas dois nomes qualificados que têm condições de representar o partido na eleição de 2010. Um deles tem que ser o escolhido.

Não acredito que enfraqueça [a candidatura de Dilma à Presidência]. Nós perdemos, de fato, tempo, isso sim.

Agora, vamos sair unificados. Qualquer um dos nomes que sair escolhido terá o apoio do conjunto do partido.

Folha - É imprevisível o desfecho disso ou é possível garantir a pacificação dos dois grupos após a prévia?

Pimentel - Já há clima de entendimento pela base. Há um clima de que o partido tem que estar unido para disputar a eleição de 2010. Vamos precisar dessa unidade para a próxima etapa que é a negociação com o PMDB, com a base aliada, mas especialmente com o PMDB.

Convencer o PMDB que o desenho melhor da chapa majoritária é o PT como cabeça de chapa para governador.

Para que essa negociação possa se dar adequadamente com chance de êxito para nós, temos que estar unidos. Acho que o PT está consciente disso. Não vejo possibilidade de divisão, passada a escolha agora.

*

Folha -Por que não houve acordo com o ex-prefeito Fernando Pimentel, e o PT de Minas vai para as prévias?

Patrus Ananias - O acordo está se dando através das prévias. Elas constituem o caminho do acordo, fazem parte da tradição democrática do PT, estão previstas no estatuto do partido. Nossos filiados estão sendo os fiadores desse grande acordo.

Folha - Ao criar a disputa, o PT não põe em segundo plano a candidatura presidencial de Dilma Rousseff, motivo da insatisfação do presidente Lula com essa situação?

Patrus - Não. Não tenho conhecimento da insatisfação do presidente. A nossa grande prioridade é a eleição da Dilma.

Claro que para nós a prioridade é o projeto nacional. Só que entendemos que o projeto nacional não se dá no abstrato, passa por mediações regionais, dos Estados, e sobretudo um Estado que faz parte da construção do Brasil como Minas Gerais, fiador da soberania e da integridade do nosso país e também do nosso projeto.

Folha - É imprevisível o desfecho disso ou é possível garantir a pacificação dos dois grupos após a prévia?

Patrus - Estamos inteiramente pacificados. O clima no PT é muito sereno hoje, as prévias estão se colocando no nível de disputa de ideias, de projetos.

As minhas relações com o Fernando [Pimentel] e com as pessoas que o apoiam estão rigorosamente preservadas, e há sinais de lideranças de pessoas que integram a equipe dele que, se eu ganhar as prévias, estaremos unidos.

Se ele vencer, imediatamente estarei manifestando a minha solidariedade e de todos os nossos apoiadores.