terça-feira, 18 de novembro de 2008

Ministro do Bolsa Família, Patrus se apresenta para concorrer ao governo de Minas

PAULO PEIXOTO
da Agência Folha, em Belo Horizonte

O ministro Patrus Ananias (Desenvolvimento Social) colocou seu nome à disposição do PT para concorrer ao governo de Minas Gerais, em 2010. Patrus é responsável pelo mais propagandeado programa social do governo Lula, o Bolsa Família.

"Na medida em que me coloco nesse debate, nessa discussão, sem nenhum personalismo, meu nome se coloca também como uma possibilidade para ser considerada pelo partido e pelas forças populares de Minas Gerais" disse o ministro.

A declaração ocorreu no final de semana, em Contagem (MG), em encontro da "Articulação" do PT de Minas (tendência que no PT nacional integra o Campo Majoritário), onde Patrus foi recebido com faixas e gritos de "governador".

O ministro Luiz Dulci (Secretaria Geral da Presidência) disse ser "precipitado" falar em nomes agora, mesmo afirmando que "a maioria das pessoas tem preferência pelo ministro Patrus".

No encontro faltou o prefeito de Belo Horizonte, Fernando Pimentel. Ele, que sonha com o governo de Minas, afastou Patrus e Dulci da disputa eleitoral em BH por causa da aliança que fez com o PSDB do governador Aécio Neves. Por isso não foi convidado para o encontro da corrente que ele próprio integra --embora o prefeito estivesse em Paris, em evento oficial ao lado de Aécio.

Apesar do ambiente desfavorável a Pimentel, Patrus e Dulci pregaram paz no PT-MG no rumo a 2010, o que implica não haver punição ao prefeito.

"A gente deveria passar uma borracha sobre isso. Assim como acho que não deve haver processo contra o prefeito, também não devemos mexer na ferida com relação aos companheiros que apoiaram a candidatura da Jô Moraes [PC do B]", disse Patrus.

Embora as lideranças do PT tenham defendido a não-punição a Pimentel, o presidente nacional do PT, deputado federal Ricardo Berzoini (SP), disse que o prefeito terá que dar explicações se quiser concorrer à indicação para ser candidato ao governo de Minas.

Dulci também fez declarações pela unidade interna e pelo direito de Pimentel concorrer, sem deixar de lembrar, sempre indiretamente, dos erros cometidos por ele. "Acredito que, em 2010, se todas as lideranças respeitarem a democracia interna do PT, nós podemos trabalhar juntos. Aposto na unidade do PT", afirmou.

segunda-feira, 17 de novembro de 2008

Patrus lançado para Minas 2010 (Tribuna da Imprensa)

Encontro de ala petista é marcado por críticas à aliança entre prefeito de BH e PSDB

BELO HORIZONTE - A candidatura do ministro Patrus Ananias (Desenvolvimento Social e Combate à Fome) ao governo de Minas em 2010 foi defendida ontem por petistas ligados à corrente Articulação, entre eles o ministro Secretaria Geral da Presidência, Luiz Dulci.

O encontro estadual da tendência partidária também foi marcado por críticas à aliança costurada pelo prefeito de Belo Horizonte, Fernando Pimentel (PT), com o PSDB do governador Aécio Neves na eleição municipal. Pimentel não foi convidado para a reunião. Indiferente ao encontro da tendência ao qual é ligado no plano nacional, viajou para Paris, onde participou de reuniões ao lado de Aécio.

Dulci evitou comentar a especulação em torno de um eventual convite do presidente Luiz Inácio Lula da Silva para que o prefeito assuma uma pasta ministerial. Ele destacou que se trata de uma atribuição exclusiva do presidente. "Qualquer decisão do presidente Lula sobre montagem de equipe do governo será respeitada por nós. Mas, obviamente, é uma atribuição pessoal dele".

Estrelas do evento, Patrus e Dulci pregaram o fim da guerra interna no PT mineiro - deflagrada após a polêmica aliança e tendo como pano de fundo a disputa entre o próprio ministro do Desenvolvimento Social e o prefeito pela indicação como candidato ao governo em 2010 - e defenderam que Pimentel não seja punido por, conforme acusam setores da Articulação, ter desrespeitado a orientação nacional da legenda. "Eu, particularmente, não defendo nenhum tipo de punição para ninguém", disse o ministro da Secretaria Geral da Presidência.

Segundo ele, as críticas ao processo em Belo Horizonte são legítimas, mas não devem nortear o esforço do PT para "oferecer a Minas Gerais uma alternativa". "Que a partir de 2010 Minas tenha um governo progressista, um governo que tenha o social como prioridade efetiva, o que não aconteceu nos últimos seis anos. Que não seja neoliberal, que seja um governo de centro-esquerda".

No seu discurso, Dulci disse que tem "muito entusiasmo" com a candidatura da ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, para a sucessão de Lula e do colega Patrus para o Palácio da Liberdade em 2010. "Se depender das lideranças que estavam aqui, nós deveríamos lançar o ministro Patrus para governador do Estado", afirmou, em entrevista. "Avançar na luta contra o neoliberalismo: Patrus - governador; Dilma - presidente", dizia uma das faixas afixadas no auditório do Sesc Contagem/Betim, na região metropolitana da capital, local do encontro.

Embora cauteloso, o ministro do Desenvolvimento Social admitiu claramente pela primeira vez a possibilidade de sair candidato ao Palácio da Liberdade. "Sempre defendi a política como um espaço coletivo, ninguém faz nada na vida sozinho, muito menos na política. Portanto, estou me colocando, sim, na perspectiva de nós construirmos um projeto alternativo de desenvolvimento econômico, mas também vinculado ao desenvolvimento social, ambiental, cultural. Um projeto democrático popular para Minas", disse ele, no sábado.

O encontro estadual foi aberto na noite de sexta-feira pelo presidente nacional do PT, deputado Ricardo Berzoini, que mais uma vez criticou a aproximação de Pimentel com os tucanos e disse que o prefeito precisa rever a aliança política com Aécio caso queira ser candidato ao governo do Estado pelo PT. "O que aconteceu exige debate aprofundado e maduro. Ele precisa fazer longo processo dentro do PT para justificar e fundamentar atitudes na campanha, que acabaram fortalecendo a relação com o adversário".

Questionado, Berzoini se negou a avaliar a hipótese de indicação de Pimentel para a Esplanada e pôs em dúvida as chances do prefeito. "Quem indica o ministério é o Lula e eu sequer sei se ele quer mudanças no grupo atual".

Cerca de 500 militantes acompanharam os três dias de reunião. A tendência interna petista se articula para o Processo de Eleições Diretas (PED) em 2009, que indicará a nova direção do partido no Estado. Durante o encontro, lideranças criticaram o que chamaram de "filiações em massa" ao partido, que estariam sendo comandadas pelo grupo de Pimentel.

domingo, 16 de novembro de 2008

Com nova regra, PMDB mineiro dificulta entrada de Aécio na sigla

PAULO PEIXOTO
da Agência Folha, em Belo Horizonte

Embora o tucano Aécio Neves seja cortejado pelo PMDB nacional, resolução do partido em Minas dificulta eventual entrada do governador na sigla pelo diretório mineiro.

Na última segunda, durante reunião da executiva estadual do partido, foi aprovada a resolução proibindo filiações de políticos com mandatos eletivos. A aprovação teve como base o texto da bancada estadual na Assembléia Legislativa.

O governador, que está em viagem oficial à Europa, tem dito que tem boas relações com o PMDB, mas que não é sua intenção deixar o PSDB. Diz, nos bastidores, que é no ninho tucano que tentará se tornar candidato a presidente em 2010.

Presidente do PMDB em Minas, o deputado federal Fernando Diniz negou que seja uma resolução "anti-Aécio".

"Não tem nada a ver com Aécio", afirmou Diniz.

É na bancada estadual que reside a maior resistência ao governador. No PMDB nacional, avalia-se que, com Aécio, a sigla poderia sustentar candidatura presidencial própria -tese defendida, sobretudo, por aqueles contrários a uma eventual candidatura da ministra Dilma Rousseff (PT).

sábado, 15 de novembro de 2008

À beira de rio, lavadeiras buscam sustento das famílias no Norte de Minas

Marco Antônio Soalheiro
Enviado Especial

Em Janaúba e Nova Porteirinha (MG)
Sob uma ponte no Rio Gorutuba - que separa os municípios mineiros de Janaúba e Nova Porteirinha, distantes de Belo Horizonte quase 600 quilômetros - chama a atenção de quem passa a presença de dezenas de mulheres que se dedicam à lavagem de um amontoado de roupas. Elas ficam dentro do rio e há até mesinhas de cimento para facilitar o trabalho, fixadas no chão, segundo informaram, pelo Bispo Dom Mauro.

Senhoras, mulheres de meia idade e crianças aproveitam a água de um dos poucos rios não afetados pela seca prolongada na região para tirar o sustento da família. Recebem de R$ 20 a R$ 25 para lavar e passar uma trouxa com 60 a 80 peças. "A gente lava para fora e se for gastar água e energia de casa não compensa", contou à Agência Brasil Ângela Maria, de apenas 13 anos. Ela sente a necessidade de ajudar em casa e garante que o trabalho não atrapalha os estudos.

Sueli Alves, 38 anos, disse que seria impossível sua família sobreviver se apenas o marido trabalhasse. "Lá em casa são seis pessoas e não dá para um pedreiro dar conta de tudo."

Segundo Heloísa das Dores, 42 anos, 80% das mulheres de Nova Porteirinha são lavadeiras por falta de opção e trabalham para pessoas de Janaúba. O espaço para a lavagem no rio fica congestionado pela demanda em alguns dias, mas tudo se resolve sem briga. "A gente vai se ajeitando. Em cada pedra lavam duas ou três", disse das Dores.

Sueli lembrou que as clientes não reajustam os valores pagos há muito tempo. "Elas ainda ficam assustadas quando a gente pede aumento de R$ 10".

Muitas dessas mulheres são, na prática, chefes de família, pois recebem para cada trouxa de roupa lavada mais do que os R$ 12 a R$15 diários dos maridos nos trabalhos como pedreiro ou no roçado.

Sem interromper a atividade por um minuto sequer, sob sol intenso, elas demonstraram simpatia e bom-humor durante a conversa. Antes da despedida, Heloísa das Dores quis saber "em que lugar essa pesquisa ia aparecer". Depois de saber que se tratava de uma reportagem, ela demonstrou satisfação e desabafou sobre as dificuldades da profissão.

"Acho bom, porque talvez só assim os governantes olhem para as lavadeiras. Nós lavamos roupa para um pessoa por 10, 20 anos, e não temos direito a nada. Na idade que a gente tá, firma nenhuma pega", lamentou

terça-feira, 11 de novembro de 2008

Aécio diz que aliança com PT ainda será compreendida

PAULO PEIXOTO
da Agência Folha, em Belo Horizonte

Dezesseis dias após o término da disputa eleitoral, o governador de Minas Gerais, Aécio Neves (PSDB), na primeira solenidade oficial ao lado do prefeito petista de Belo Horizonte, Fernando Pimentel, disse acreditar que, "com o tempo", a aliança eleitoral que fez com o PT ainda será "compreendida" fora da capital mineira.

Aécio e Pimentel se encontraram em uma inauguração de trecho de obra viária na região norte da cidade, em parceria com as três esferas de governo. O prefeito voltou a chorar quando Aécio discursou e fez elogios ao petista --ele já havia chorado em setembro, em ato da campanha de Marcio Lacerda (PSB), o prefeito eleito com o apoio de Aécio e Pimentel.

Aécio discursou e disse que eles estavam ali "celebrando o início de uma nova forma de se fazer política, compreendida por muitos, felizmente pela ampla maioria dos belo-horizontinos, mas ainda incompreendida por tantos".

"Acredito que, com o tempo, saberão perceber que aquilo que se constrói no campo político, no campo administrativo em Belo Horizonte, tem um objetivo que se sobressai, se sobrepõe em relação a todos os outros, que é a melhoria da qualidade de vida daqueles que temos a responsabilidade de administrar como prefeito municipal ou como governador do Estado", disse o governador.

Pimentel ainda é muito cobrado no PT por ter feito a inusitada aliança com o PSDB, partidos rivais no plano nacional. Em setembro, quando chorou, ele chegou a dizer que pagava um "custo alto" por isso.

Aécio, por sua vez, é cobrado no PSDB nacional a assumir a oposição a Lula para que tenha chance na disputa interna pela indicação do candidato tucano a presidente, em 2010.

Coincidência ou não, na semana passada ele voltou a criticar a gestão Lula em encontro com deputados tucanos no Congresso. Mas ele nega que tenha feito críticas que já não tenham sido feitas por ele.

Crise

No plano administrativo, Aécio anunciou nesta terça-feira medidas para ajudar as empresas a enfrentar a falta de crédito por causa da crise financeira.

Além de prorrogar prazos para recolhimento de tributos, o BDMG (banco de fomento do Estado) oferecerá cerca de R$ 470 milhões em crédito às empresas --R$ 300 milhões são novos recursos.

segunda-feira, 14 de abril de 2008

Minas Gerais lança iniciativas para atrair turistas europeus

13/04/2008 - 16h15

Lisboa, 13 abr (Lusa) - A secretaria de Turismo de Minas Gerais, que espera a visita de mais de 60 mil turistas europeus durante 2008, inicia uma série de campanhas para promover o Estado em Portugal.

"Queremos que 60 mil turistas visitem Minas Gerais durante este ano só no vôo da TAP", disse à Agência Lusa o diretor das ações de promoção de Minas Gerais, José Cordeiro, em relação à rota Lisboa-Belo Horizonte iniciada em fevereiro pela aérea portuguesa.

As declarações do dirigente brasileiro foram feitas durante uma feira sobre viagens, realizada no Porto. Segundo Cordeiro, estão sendo desenvolvidas campanhas de promoção em Portugal desde novembro, com a apresentação de Minas Gerais para os operadores turísticos.

"Temos um fluxo muito grande de portugueses que vão a Minas Gerais a trabalho e estamos registrando uma afluência muito grande de turistas europeus, como franceses, espanhóis, italianos e alemães", disse Cordeiro.

"Queremos incrementar Minas Gerais como destino de lazer, porque já está implementado como turismo de negócios", disse ainda o representante mineiro.

Além de Portugal, França, Espanha, Itália e Alemanha são "os mercados estratégicos" para se desenvolver campanhas de promoção turística este ano.

De acordo com José Cordeiro, o objetivo é que utilizem Lisboa como ponto de partida para Minas Gerais e viagem por meio da TAP.

Pelos contatos desenvolvidos, o dirigente defendeu que "há um interesse muito grande [em Minas Gerais] porque é um destino muito procurado apesar de ser um local sem praia". "As pessoas também procuram a cultura e a história", disse.
UOL

quarta-feira, 26 de março de 2008

MG: PMDB quer negociar com PT e PSDB

O deputado Michel Temer, presidente nacional do PMDB, e o líder do partido na Câmara, Henrique Eduardo Alves (RN), atuarão como mediadores na crise que ronda a aliança entre PT, PSDB e PSB em Minas Gerais. Por isso, os dois pediram ao governador do estado, Aécio Neves, que a legenda também seja chamada para compor a coligação. Temer e Alves vão conversar com o ministro das Comunicações, Hélio Costa, e com o prefeito de Belo Horizonte, Fernando Pimentel (PT), para tentar fechar uma parceria com os outros três partidos para evitar um possível rompimento com quem pode ser aliado nas eleições de 2010. Temer chamou para uma reunião na semana que vem os líderes da legenda tanto da capital quanto do interior de Minas Gerais. O motivo do encontro será evitar desgastes nas negociações para as alianças municipais.

quinta-feira, 20 de março de 2008

Mariana: O berço da civilização mineira


Conheça Mariana: O berço da civilização mineira


Mariana foi a primeira cidade de Minas Gerais. O município foi criado no período colonial, por efeito das expedições bandeirantes no século 17, em busca de ouro e pedras preciosas. Localizada na região Central do Estado, sua ocupação começou em 16 de julho de 1696, quando as bandeiras de Salvador Fernandes Furtado de Mendonça e Miguel Garcia chegaram ao ribeirão do Carmo. O nome foi escolhido para homenagear aquela data que, na tradição católica, é dedicada à Nossa Senhora do Carmo. Ao realizar a primeira missa, no mesmo dia de chegada, fundou-se o arraial, batizado de Nossa Senhora do Carmo, iniciando-se também a construção de uma capela.
A região era rica em ouro, que surgia no leito do ribeirão, nas encostas e nos morros. Mariana possuía valor estratégico para a Coroa, tanto que recebeu este nome em deferência a D. Maria Ana D’Áustria, mulher de D. João 5º, rei de Portugal. Além de primeira cidade, ocupa a posição de primeira capital e primeira sede do bispado em Minas Gerais. Sua forte tradição religiosa, mantida através dos séculos, vem desde seu início e passa pela fundação do Seminário Menor. Com sua bela capela, obra iniciada em 1750 e concluída entre 1780 e 1790, o seminário se constitui no primeiro centro educacional de Minas, de onde saíram várias personalidades, não só na religião, mas nas letras, na magistratura e na política.
Já em 1743, o governo português enviou o engenheiro militar José Fernandes Alpoim para desenhar a planta da cidade, o que a transformou na primeira localidade de Minas Gerais a ter um planejamento urbano. Seu desenho urbano é formado por uma sucessão de praças, igrejas e capelas, que revelam aspectos característicos do barroco, estilo dominado por curvas, visão em profundidade e gosto pelos contrastes claro e escuro. Essa arquitetura está representada na Praça Minas Gerais, onde ficam as igrejas de São Francisco de Assis e de Nossa Senhora do Carmo, uma ao lado da outra, fato raro na história das construções religiosas.
Um dos atrativos da cidade é o órgão Arp Schnitger, que está na Catedral de Nossa Senhora de Assunção. Construído em 1701, na Alemanha, o instrumento chegou a Mariana em 1753, como presente da Coroa portuguesa. Hoje, é o único exemplar, dos 30 Schnitger que ainda existem no mundo, que está fora da Europa.
A cidade é a terra natal de pessoas importantes para a história de Minas Gerais. Lá, nasceram, por exemplo, Cláudio Manuel da Costa, poeta e um dos líderes da Inconfidência Mineira, o mais importante movimento de rebeldia contra a Coroa portuguesa, ocorrido em 1789, e Manuel da Costa Athaíde, principal pintor do período colonial, autor de painéis da igreja de São Francisco de Assis, local onde está enterrado. Em 1945, o presidente Getúlio Vargas concedeu a Mariana o título de Cidade Monumento.
O que visitar:
Casa de Câmara e Cadeia
Um das mais imponentes sobrados da arquitetura colonial de Minas Gerais, a Casa de Câmara e Cadeia, em Mariana, foi projetada em 1768 e ficou pronta em 1795. Além de funções administrativas e legislativas, o local funcionou também como casa de fundição de ouro e senzala. Hoje, é a sede da Câmara Municipal de Mariana. Está localizada na Praça Minas Gerais, em frente às igrejas de São Francisco de Assis, de Nossa Senhora do Carmo e de um pelourinho, usado para punir escravos durante o Brasil colonial.
Catedral da Sé (Nossa Senhora da Assunção)
Um dos mais antigos templos de Minas Gerais, a catedral de Nossa Senhora de Assunção, tem origem em 1703, quando se verificava a grande afluência de paulistas e portugueses atraídos pela descoberta do ouro na região, em fins do século 17. Mais conhecida como Sé de Mariana, sua principal riqueza está no interior, que apresenta um dos mais significativos conjuntos de talhas (obras de arte esculpidas na madeira mediante instrumentos como o cinzel) do período colonial.
Igreja de Nossa Senhora do Carmo
A igreja de Nossa Senhora do Carmo fica no antigo largo do Pelourinho, hoje Praça Minas Gerais. Bem ao seu lado, está a igreja de São Francisco de Assis, proximidade considerada fato raro na história das construções religiosas. O historiador francês Germain Bazin considera o templo como “um dos últimos belos exemplares do rococó em Minas Gerais”. Segundo seus estudos, a fachada da construção é uma “interpretação simplificada” da igreja de São Francisco de Assis, que foi construída pelo arquiteto e escultor Antônio Francisco Lisboa, o Aleijadinho, em Ouro Preto. Especialistas apontam a igreja de São Francisco de Assis como o melhor trabalho de Aleijadinho na arquitetura.
Igreja de São Francisco de Assis
A igreja de São Francisco de Assis é o local onde está enterrado o artista Manoel da Costa Athaíde (1762—1830), considerado o principal pintor do período colonial brasileiro. Edificada em 1763, a igreja possui um dos principais trabalhos dele: a série de painéis na sacristia representando são Francisco. A igreja de São Francisco de Assis fica ao lado do templo de Nossa Senhora do Carmo, no antigo largo do Pelourinho, compondo a Praça Minas Gerais, onde se encontra ainda, como atração, a Casa de Câmara e Cadeia.
Rua Direita
Considerada, com seus sobrados, como a mais bela de Minas Gerais, ali estão situadas as casas onde viveram o poeta Alphonsus de Guimarães e o Barão de Pontal.
Mina da Passagem
Maior mina de ouro aberta a visitação no mundo, guarda segredos e mistérios que encantam a todos. Foi a primeira mina a ser explorada no Brasil, em 1719, por uma empresa de mineração, descoberta no século XVIII. São 315 metros de profundidade em 11 km de túneis escavados nas rochas. Depois de três minutos de descida em um típico vagão sobre trilhos, utilizado há séculos pelos mineradores, o visitante passa por toda a adrenalina dos caçadores de ouro. O funcionamento é diário, das 9h às 17h. O custo é de R$ 13,00 por pessoa. Informações: (31) 557-1255.
Casa Setecentista
A Casa Setecentista é um belo exemplar da arquitetura civil do século XVIII. Sua construção contou com a orientação do arquiteto português, José Pereira Arouca. Funciona no prédio o escritório técnico do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), abrigando ainda o Arquivo Histórico (documentos dos períodos: colonial, imperial e república velha), a Sala Minas Gerais (exposições), a Sala de Multimeios (filmes, palestras, cursos, debates etc.) e o arquivo dos cartórios da Comarca de Mariana e o primeiro morador.
Ecoturismo
A natureza em Mariana é exuberante. As nascentes, o relevo e o solo que esconde grutas e minas propiciam aos amantes da natureza a realização de atividades como caminhadas e banhos de cachoeiras e prática de esportes radicais, como o trekking e o mountain bike.
Visite as cachoeiras da cidade:
Brumado - no distrito de Cachoeira do Brumado
Serrinha - no distrito de Passagem de Mariana
Garganta do Diabo - a 10 km do centro de Mariana, com acesso pela Cartucha
Cachoeira do Ó - no distrito de Monsenhor Horta
Cachoeira de Camargos - a 20 km de Mariana, com acesso pela rodovia Mariana/Samarco Cachoeira de Santa Rita - fica a 25 km de Mariana.
Lagoa Ponte das Crioulas - fica no distrito de Monsenhor Horta a 20 km de Mariana.
Onde ficar:
Hotel Brasil Real
Rua Estrela do Oriente, 196 - Vila do Carmo
Fone: (31) 3557-2227
Hotel Pousada das Gerais
Avenida Nossa Senhora do Carmo, 890 - Centro
Fone: (31) 3557-4146
Pousada Passo do Carmo
Rua Monsenhor Horta, 13 - Rosário
Fone: (31) 3558-1100
Como chegar:
De Belo Horizonte o caminho mais prático e todo asfaltado é pela BR040, sentido Rio de Janeiro. Depois de rodar aproximadamente 20 quilômetros, entrar no trevo sentido Ouro Preto (BR356 - rodovia dos Inconfidentes) e seguir até Mariana.
Para quem sai de São Paulo capital a opção é pela BR381 até o trevo para Lavras. A partir daí pegar a BR265 até Barbacena. Desta cidade acessar a BR040 sentido Belo Horizonte até Conselheiro Lafaiete. Entrar em Lafaiete e seguir pela Estrada Real (asfaltada), passando por Ouro Branco, Ouro Preto e finalmente chegando a Mariana.
Do Rio de Janeiro (capital) o trajeto é quase todo pela BR040 até Conselheiro Lafaiete, passando por Petrópolis, Juiz de Fora e Barbacena. De Lafaiete pegar a Estrada Real (asfaltada), passando por Ouro Branco e Ouro Preto. Daí são apenas mais 12 quilômetros até Mariana.

quinta-feira, 21 de fevereiro de 2008

Blog do Josias: Aécio busca acordo com aliados de Lula para 2010

Blog do Josias: Aécio busca acordo com aliados de Lula para 2010

21/02/2008 - 03h55

Para se destacar no PSDB como candidato à Presidência em 2010, o governador de Minas Gerais, Aécio Neves, vem buscando fazer acordos com partidos da atual bancada governista, informa o blog do Josias.

Enquanto o governador de São Paulo, José Serra, aparece na frente em pesquisas de opinião, Aécio mantém contatos mais freqüentes com o PMDB e o PSB para mostrar que tem a capacidade de agregar. "Pesquisa é importante, mas não é tudo", disse.

Os diálogos com os partidos da base aliada ao PT se tornaram mais freqüentes depois que Serra deixou clara sua preferência pela reeleição de Gilberto Kassab (DEM) à Prefeitura de São Paulo, em detrimento de Geraldo Alckmin (PSDB).

Ao mesmo tempo, os partidos tentam convencer o tucano a deixar o PSDB para disputar contra o próprio Serra --preferido do partido até agora-- na corrida presidencial.

Leia matéria completa no blog do Josias.

domingo, 10 de fevereiro de 2008

Chapa Aécio-Ciro volta a ser cogitada no Planalto (Kennedy Alencar)

10/02/2008


Na relação de quase amor e quase ódio entre tucanos e petistas, o momento é de tensão. Ao lado do DEM, uma ala do PSDB deseja realizar uma CPI dos cartões corporativos no plano federal, o que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva vê como tentativa de enfraquecer seu governo.

O PT deu o troco em São Paulo, propondo uma comissão parlamentar de inquérito na Assembléia para investigar gastos semelhantes do governo José Serra.

Para complicar ainda mais, um setor petista que detesta as boas relações da seção mineira com Aécio Neves quer trazer o governador mineiro para o imbróglio, cobrando explicações sobre despesas pequenas feitas sem licitação.

Parece não ser uma boa hora, portanto, para falar de eventual aproximação entre PT e PSDB. Mas Lula e uma ala do PT capitaneada pelo prefeito de Belo Horizonte, Fernando Pimentel, voltaram a pensar na possibilidade de Aécio integrar uma ampla coligação em 2010 para tentar derrotar uma provável aliança entre PSDB e DEM.

O cenário

Lula continua a avaliar que Aécio não obterá a candidatura do PSDB à Presidência da República. Para o presidente, o governador de São Paulo, José Serra, será o nome tucano na cédula eleitoral de 2010.

Aécio já andou dizendo nos bastidores que não aceita "fato consumado". Leia-se: dar de barato desde já que Serra será o candidato por ser o presidenciável mais bem posicionado em todas as pesquisas eleitorais.

Aécio ameaçou abrir uma dissidência em Minas, segundo colégio eleitoral do país --base na qual tem sólido apoio. Não interessa a Serra, portanto, brigar com o colega.

Mas apenas um deles será o candidato. E o governador mineiro acha pouco a vaga de vice.

Uma chance de entendimento entre os dois tucanos é o final da reeleição e a volta de um mandato presidencial de cinco anos, mas essa não é uma operação fácil.

Na avaliação de Lula, Aécio deveria ousar e trocar o PSDB pelo PMDB. Poderia fazê-lo um ano antes da eleição e deixaria um vice de confiança assumir seu posto, Antonio Anastasia.

Os peemedebistas já convidaram Aécio. Avaliam que ele teria discurso: retornar ao partido de seu avô, Tancredo, porque o PSDB lhe teria fechado as portas prematuramente. Essa é outra operação tão complicada quanto o arranjo para acabar com a reeleição.

Se Aécio aceitasse correr o risco, Lula se empenharia para que Ciro Gomes (PSB) topasse ser vice dele. Ex-ministro da Integração Nacional e nome do campo lulista mais forte nas pesquisas hoje, Ciro conquistou a confiança de Lula. Jovem como Aécio, formaria com o mineiro uma chapa com grande penetração no Nordeste e no segundo maior colégio eleitoral do país. O PMDB é um partido enraizado nacionalmente, o que ajudaria esse projeto presidencial.

Mas há ainda outra operação complicada: Lula convencer o PT a coadjuvar essa chapa em troca de uma forte participação no governo. Comando da área econômica e social, por exemplo.

Esse é o cenário traçado por integrantes da cúpula do PT e do governo que avaliam que o partido dificilmente conseguirá viabilizar um nome forte para disputar a sucessão de Lula. É o cenário traçado por gente que acha que Dilma Rousseff, a poderosa ministra da Casa Civil, não vai decolar apesar dos empurrões que Lula tem lhe dado.

Arquivo do Datafolha

No início de dezembro de 2007, pesquisa Datafolha publicada pela Folha mostrou que Serra era o presidenciável mais forte em todos os cenários. Mas, na hipótese em que Aécio constava como candidato, ele tinha a sua menor marca.

Vamos aos números: Serra obteve 33%; Ciro, 19%; Heloisa Heleina (PSOL), 15%; Aécio, 11% e Nelson Jobim (PMDB e ministro da Defesa), 2%.

Em um cenário sem Aécio e com a melhor marca de um postulante petista (6% de Marta Suplicy, ministra do Turismo), Serra ficou com 37% contra 18% de Ciro. HH obteve 13%, e Jobim, os seus modestos 2%.

Quando Dilma substituiu Marta, a ministra conseguiu parcos 2%. Serra oscilou para 38%. Ciro também marcou um ponto percentual a mais (19%).

Kennedy Alencar, 40, é colunista da Folha Online e repórter especial da Folha em Brasília. Escreve para Pensata às sextas e para a coluna Brasília Online, sobre os bastidores da política federal, aos domingos.

E-mail: kalencar@folhasp.com.br


quarta-feira, 30 de janeiro de 2008

Efeitos do atendimento pré-hospitalar


Estudo feito na UFMG aponta redução nas mortes de vítimas de acidentes de trânsito atendidas em hospitais em Belo Horizonte, de 3,3% em 1994 para 1% em 2003 (foto: divulgação)


29/01/2008

Por Thiago Romero

Agência FAPESP – Entre 1994 e 2003, a taxa de mortes entre pacientes atendidos em hospitais de Belo Horizonte, vítimas de acidentes de trânsito na cidade, caiu de 3,3% para 1%, de acordo com dados de uma tese de doutorado defendida no Programa de Pós-Graduação em Saúde Pública da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)

O autor do trabalho, Roberto Marini Ladeira, médico epidemiologista do Hospital João XXIII, na capital mineira, comparou resultados de dois estudos conduzidos pela Secretaria Municipal de Saúde e pela Empresa de Transporte e Trânsito de Belo Horizonte (BHTrans).

Nos últimos dois meses de 1994 e de 2003 foram colhidos dados de 3.991 pacientes atendidos em oito hospitais, públicos e privados, na capital mineira. As vítimas ou seus acompanhantes responderam a perguntas como o meio de transporte utilizado até o hospital, tipo e gravidade de lesões sofridas, período de internação e consumo de bebidas alcoólicas.

Em seguida, Ladeira, que foi um dos coordenadores dos dois estudos, verificou que, dos 1.719 indivíduos entrevistados em 1994, 57 (3,3%) morreram. No estudo seguinte, em 2003, foram 23 mortes entre 2.272 pacientes, cerca de 1% do total.

Uma das principais causas para a redução teria sido a implantação, em 1995, dos serviços móveis de emergência, que prestam em poucos minutos resgate e atendimento no local do acidente e no trajeto até o hospital.

Em 2003, 47,9% dos pacientes que chegaram aos ambulatórios dos serviços de emergência receberam atendimento pré-hospitalar – em 1994 esse tipo de serviço ainda não existia na cidade.

“É importante destacar que o percentual de óbitos caiu entre as vítimas que foram atendidas nos hospitais, o que não reflete necessariamente uma redução geral das mortes no trânsito em Belo Horizonte. Para isso teríamos que incluir também as vítimas fatais na cena do acidente”, disse Ladeira à Agência FAPESP.

O trabalho indica que as principais vítimas de acidentes de trânsito em 1994 foram pedestres. Em 2003, os condutores e passageiros de motocicletas foram os mais atingidos. “E dos 3.991 pacientes analisados no estudo, mais de 15% informaram ter ingerido bebida alcoólica antes do acidente”, disse o pesquisador.

O médico epidemiologista lembra que a medicina pré-hospitalar surgiu durante as grandes guerras mundiais, com o objetivo de tirar soldados feridos do campo de batalha e levá-los para um lugar mais seguro em que pudessem receber tratamento especializado.

“Historicamente, o tempo entre a ocorrência da lesão e o atendimento médico tem caído brutalmente, de cerca de quatro horas na Primeira Guerra Mundial, por exemplo, para em torno de 20 a 30 minutos nos dias de hoje”, disse Ladeira.

“A literatura científica tem comprovado que a eficiência desse tipo de atendimento está diretamente relacionada com a sobrevivência das vítimas. Nosso estudo mostrou ainda que, em 2003, mais da metade dos pacientes atendidos em menos de uma hora após o acidente foi transportada pelos serviços de atenção pré-hospitalar de Belo Horizonte”, afirmou.

http://www.agencia.fapesp.br./boletim_dentro.php?data[id_materia_boletim]=8348

quarta-feira, 23 de janeiro de 2008

A proibição de venda de bebida alcoólica nas BRs, a partir de fevereiro, determinada por medida provisória, não é novidade em Minas

ESTADO DE MINAS

- PAC vira arma contra crise

- Ao apresentar o balanço de um ano do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), ontem, a ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, afirmou que ele funcionará como uma vacina, para proteger o Brasil da crise externa. Segundo a ministra, a execução dos projetos estimula a demanda interna, o que fortalece a economia frente às turbulências no cenário mundial. "O ano de 2008 será de muitas realizações. O país terá, de norte a sul, não só a contratação de obras em grande escala, mas um grande canteiro de obras em processo de viabilização", ressaltou Dilma. Garantiu ainda que os cortes para adequar o Orçamento à extinção da CPMF não atingirão o PAC. Segundo os números divulgados pelo governo, o percentual de obras do programa considerado em estágio adequado ao cronograma previsto subiu de 80%, em setembro, para 86%, em dezembro. A verba empenhada chegou a R$ 16 bilhões, ou 97% do total para 2007. O pagamento realmente efetivado, porém, atingiu apenas 27%. (págs. 1, 3, 4 e editorial 'Programa andou mal', pág. 10)

- Queda de juro nos EUA faz Bovespa disparar - Banco central americano baixa taxa em 0,75 ponto percentual, maior corte em duas décadas, e mercados reagem bem. Bolsa brasileira sobe 4,45%. (págs. 1 e 12)

- A qualidade de vida das crianças melhorou, revela o Índice de Desenvolvimento Infantil (IDI), do Unicef, mas Minas Gerais ainda não conseguiu se distanciar da média do país e caiu no ranking dos estados. De 2004 para cá, passou da 12ª para a 13ª posição. O principal indicador, porém, a taxa de mortalidade infantil, teve queda de 40,9%. O número de mortes até 5 anos para cada mil nascidos vivos é de 24,7, o que põe o estado em 17º, entre as unidades da federação - mas, nesse caso, os piores desempenhos estão no alto da lista. Entre as crianças com até 1 ano, a taxa de mortalidade é de 21,1, correspondente ao 16º lugar no levantamento nacional. Políticas de atenção nutricional e o atendimento adequado em maternidades, como a Hilda Brandão, da Santa Casa de BH, são alguns dos fatores que influenciaram o avanço.(págs. 1 e 21)

- A proibição de venda de bebida alcoólica nas BRs, a partir de fevereiro, determinada por medida provisória, não é novidade em Minas. Lei estadual já veta o comércio nas MGs, desde 1994, mas é ignorada devido à falta de fiscalização e de dispositivos complementares. (págs. 1, 19 e 20)

- Gás natural - Novo campo pode levar Brasil à auto-suficiência. (págs. 1 e 14)

- Triângulo em alerta para a febre amarela. (págs. 1 e 23)

- Venezuela - Exército tenta conter o contrabando de comida. (págs. 1 e 19)


(Estado de Minas - Sinopse Radiobrás)