terça-feira, 15 de março de 2011

Minas será o estado mais afetado pelo desastre no Japão

País é o segundo maior comprador de produtos mineiros, com destaque para minério, aço e café


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País é o segundo maior comprador de produtos mineiros, com destaque para minério, aço e café
Minas Gerais será o estado mais afetado pelos problemas econômicos gerados pelo terremoto ocorrido no Japão. O país é o segundo maior comprador dos produtos mineiros, perdendo apenas para a China. No ano passado, as vendas para o Japão totalizaram US$ 2,5 bilhões.

Com uma esperada redução das importações pelo país, em função da retração da economia local e de problemas energéticos, os setores mais atingidos em Minas deverão ser os de commodities agrícolas e metálicas: minério de ferro, aço e café, principalmente.

Dados da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg) mostram que, entre 2009 e 2010, houve um aumento de 101% nas vendas mineiras para o Japão, que passaram de US$ 1,2 bilhão para US$ 2,5 bilhão. “O que vemos é uma ascensão da importância relativa do Japão para Minas. Como o estado é o que mais exporta para o país, ele deverá ser o mais afetado pela redução das exportações”, afirma a economista da Fundação João Pinheiro Elisa Maria Pinto da Rocha. O segundo estado que mais exporta para os japoneses é o Pará, com US$ 1,3 bilhão, seguido por São Paulo, com US$ 744 milhões.

O consultor de negócios internacionais da Fiemg, Alexandre de Brito Santos, lembra que as vendas de minério de ferro e de café deverão ser as mais afetadas no curto prazo. “Como 49,4% do que exportamos para o Japão foi minério de ferro, e 20,9%, café, o impacto maior será nesses setores”, afirma.

O presidente do Instituto Brasileiro de Mineração (Ibrama), Paulo Camillo Penna, prevê efeitos negativos imediatos para o setor, mas diz que no médio e longo prazo a mineração poderá ser beneficiada. “O Japão será reconstruído e o minério é insumo básico. A tendência é que aumentemos as exportações para o país”, afirma.

O coordenador da assessoria técnica da Federação da Agricultura de Minas Gerais (Faemg), Pierre Santos Vilela, acredita que o café terá mais dificuldade para se recuperar. “As exportações podem ser muito afetadas por causa da mudança de prioridades, que agora passam a ser alimentos de primeira necessidade. Assim que começarem a reconstruir o país, vão comprar minério, mas o café vai demorar mais para voltar a ser consumido”, disse.

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