A iniciativa, que seria do conhecimento do senador Aécio Neves, reacendeu a disputa interna entre Minas e São Paulo em torno da escolha do nome do PSDB para as eleições de 2014
LUIZ COSTA
Para Danilo de Castro, é a vez de Aécio concorrer a presidente
A iniciativa, que seria do conhecimento do senador Aécio Neves, reacendeu a disputa interna entre Minas e São Paulo em torno da escolha do nome do PSDB para as eleições de 2014. “Aqui ninguém está obcecado em ser candidato, mas agora é Aécio (o nome do PSDB a presidente)”, afirma Danilo de Castro.
O apoio de aliados do ex-governador José Serra ao nome de Guerra não preocupa o aliado de Aécio. Castro admite, inclusive, que o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, pode, futuramente, querer reivindicar este espaço, apesar da tentativa frustrada em 2006, quando concorreu. Mas a definição desta questão será feita pelo partido nos próximos quatro anos.
O deputado federal Marcus Pestana, que também assinou o documento em apoio a Guerra, nega que tenha havido “clima conspirativo” e “segunda intenção”. Ele assegura que houve apenas a intenção da bancada federal em manifestar seu desejo pela continuidade de Guerra à frente do comando da legenda. A assinatura no documento, segundo ele, reflete a “autoridade política” conquistada pelo senador cearense, que é “respeitado” e tem “opiniões que influenciam”.
Pestana destaca, por outro lado, que não foi colocada nenhuma outra candidatura ao posto, ao comentar o eventual desejo de Serra de ocupar o cargo para manter a visibilidade política. “O abaixo-assinado não foi contra ninguém”, afirmou.
E o deputado eleito completa: “Não tem cabimento ninguém ficar irritado com o papel do Aécio neste ciclo que se abre na história do pais. O PSDB tem que pensar se vai unir qualidades ou defeitos”.
Para o deputado tucano, o PSDB tem que amadurecer o seu estilo de fazer oposição e não focar o que está no horizonte de 2014. O partido, segundo ele, precisa se preparar para vitórias futuras e ele acha que esse objetivo será alcançado por meio da unidade. “Um partido que gasta energia em luta interna morre de asfixia. O partido é ferramenta de transformação da sociedade”, ressalta.
E para amadurecer o seu papel, o PSDB deve, na sua visão, focar na agenda que interessa ao país e que, inclui, a discussão do salário mínimo, do Imposto de Renda, a reforma da qualidade da educação, o financiamento da saúde, entre outros.
Ele afirma que o PSDB teve um bom desempenho eleitoral, mas diminuiu seus quadros na Câmara dos Deputados e no Senado. Ainda alerta que a oposição não tem número suficiente para rejeitar emendas constitucionais ou propor a convocação de Comissões Parlamentares de Inquérito e, portanto, deve qualificar sua atuação e não se perder em disputas internas.
“Diante deste quadro, a coisa mais preciosa é a unidade. Que o partido concentre energias em vez de dar margem para intrigas de bastidores. O futuro se resolve no futuro. Serra continua sendo grande liderança. Temos um longo caminho a percorrer”, afirma.
“Não houve ambiente conspiratório”
O desafio do PSDB, segundo ele, é o de se enraizar na sociedade e fazer política mobilizadora. Pestana disse que as pessoas não se interessam por “intrigas e disputas internas”. “Há um momento correto para cada coisa. Estão superdimensionando o abaixo-assinado. Estão fazendo leitura errada.
Não houve ambiente conspiratório”, repete. Pestana acha que o PSDB, em vez de procurar falsos problemas deve discutir seu papel como oposição.
O PSDB, de acordo com Pestana, é um partido nacional e tem que ter estratégia nacional para o curto e longo prazo, mas que não seja restrita a Minas e São Paulo.
Segundo ele, Aécio gosta muito de repetir uma fala de seu avô Tancredo Neves que dizia que “decisão certa no tempo errado é decisão errada”.
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