A BR-381, no trecho entre Belo Horizonte e Governador Valadares, a Rodovia da Morte encabeça a lista
MAURICIO DE SOUZA
No ano passado, 1.344 pessoas morreram nas estradas federais de Minas
Em todo o ano passado, 1.344 pessoas morreram nas rodovias do Estado, contra 1.214 registradas pela PRF em 2009. Com 334 mortes, o trecho de 788 quilômetros da BR-381, entre Extrema, no Sul de Minas, na divisa com São Paulo, e Governador Valadares, no Vale do Rio Doce, foi o que mais matou em todo o ano passado. A segunda rodovia mais violenta do Estado foi a BR-116 (Rio-Bahia), com 247 mortes.
No trecho mais violento da BR-381, entre Belo Horizonte e Governador Valadares, foram 180 mortes no ano passado, 30,4% a mais em relação ao ano de 2009, quando este número chegou a 138. Por causa dos acidentes graves, esse trecho é batizado de “Rodovia da Morte”.
Entre Belo Horizonte, e João Monlevade, na Região Central do Estado, a Polícia Rodoviária Federal registrou uma morte a cada quilômetro no ano passado. Com 107 quilômetros, morreram nesse trecho da rodovia 111 pessoas em 2010, 37,03% a mais em relação ao ano de 2009, quando foram registradas 81 ocorrências com mortes.
Em 2010, foram 2.049 acidentes entre João Monlevade e Belo Horizonte, contra 2.111 no ano anterior. O número de feridos no passado nesse trecho chegou a 1.430, 49 a menos em relação a 2009.
O assessor de Comunicação da Polícia Rodoviária Federal em Minas Gerais, inspetor Aristides Júnior, afirma que os números mostram que as mortes na BR-381 entre a capital e João Monlevade confirma que os acidentes estão cada vez mais violentos, indicando a imprudência dos motoristas.
"O trecho entre Barão de Cocais e João Monlevade é um dos mais perigosos. As curvas são muito fechadas e ficam em descidas, o que aumenta o risco de acidentes graves envolvendo caminhões”, afirma um dos dirigentes da ONG SOS Rodovias, José Aparecido Ribeiro. Ele vai sugerir uma mobilização das lideranças dos municípios que ficam às margens da BR-381 para cobrar do Governo federal urgência no início das obras.
O perito Paulo Ademar de Souza Filho, especialista em segurança no trânsito, defende o aumento de radares para reduzir o número de acidentes. “Entre Governador Valadares e Belo Horizonte há um tráfego intenso de caminhões e carretas, o que aumenta o risco de acidentes graves em uma rodovia projetada há mais de 20 anos”, avaliou.
Estudo feito pela Confederação Nacional de Transportes (CNT) mostra que apenas 5% das rodovias federais e estaduais que cortam o Estado têm pista duplicada. Segundo Paulo Ademar, em pistas simples, sem uma barreira central, como acontece na BR-381, a chance de acidentes graves é maior. “Em São Paulo, a maioria das estradas duplicadas tem um vão central. Quando acontece um acidente grave, o veículo fica no buraco, evitando que ela bata no que vem no sentido contrário”, explicou.
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